segunda-feira, 14 julho 2025
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Vagas com exigência em inteligência artificial crescem 284% e redesenham o mercado de trabalho

Entre 2021 e 2024, número de vagas que exigem IA no Brasil salta de 19 mil para 73 mil. Bahia também investe em qualificação com programas gratuitos.

Demanda por profissionais com IA cresce 284% e transforma o perfil das vagas no Brasil

Vagas que exigem conhecimento em IA aumentaram de 19 mil para 73 mil no Brasil entre 2021 e 2024, segundo a PwC. Setores como tecnologia, saúde e finanças lideram a transformação.

De 19 mil para 73 mil oportunidades: inteligência artificial se torna diferencial competitivo no mercado de trabalho entre 2021 e 2024

O número de vagas de emprego que exigem habilidades em inteligência artificial mais que quadruplicou no Brasil entre 2021 e 2024, saltando de aproximadamente 19 mil para 73 mil, conforme levantamento da PwC em parceria com a consultoria Lightcast. A tecnologia passou a ser requisito em 1,1% das vagas anunciadas em 2024, contra apenas 0,3% em 2021, sinalizando uma mudança significativa na dinâmica do mercado de trabalho.

Fique ligado! Participe do nosso canal do WhatsApp! Quero Participar

Setores com maior demanda por IA

Os setores que mais impulsionaram essa alta foram tecnologia da informação, serviços financeiros, saúde e educação. As empresas estão em busca de profissionais que dominem machine learning, automação, IA generativa, visão computacional e análise de dados, não apenas para áreas técnicas, mas também para funções estratégicas.

Para muitos profissionais, o domínio da IA já representa um diferencial essencial. O animador João Victor Sousa conta que começou a estudar IA para ampliar suas entregas criativas. Hoje, utiliza as ferramentas para automatizar tarefas, revisar textos, criar imagens e analisar campanhas. “Quem domina a ferramenta dificilmente é substituído”, afirma.

IA transforma, não substitui

Segundo Rodrigo Urbano, ilustrador e fundador do estúdio BonoboIA, 25% dos empregos já apresentam algum grau de exposição à IA generativa. “As funções estão sendo transformadas, não eliminadas”, afirma. Ele destaca ainda que dois em cada três executivos não contratariam profissionais sem habilidades em IA.

No cotidiano do diretor de arte Filipe Monet, ferramentas como ChatGPT, Midjourney, Firefly e Kling AI viraram extensões do processo criativo. Ele usa essas tecnologias para escrever roteiros, planejar campanhas e gerar variações visuais com agilidade. “É como um terceiro braço”, resume.

Valorização profissional e reconhecimento

Com o aumento da produtividade proporcionado pelo uso da IA, profissionais como Monet relatam ganhos diretos em salário, novos contratos e reconhecimento. A empresa onde trabalha passou a investir em plataformas mais avançadas e confiou a ele projetos maiores.

Começar a aprender é o primeiro passo

Para quem deseja entrar nesse novo cenário, a orientação dos especialistas é começar explorando ferramentas como o ChatGPT.

“A principal habilidade é estar aberto para aprender”, destaca Roberta Rosenburg, CEO da F.Lead.

Ela defende que a curiosidade e a disposição para experimentar abrem portas para novos caminhos profissionais.

Bahia investe em formação gratuita na área

Apesar de não haver um levantamento específico para o número de vagas de IA na Bahia, os programas estaduais indicam uma expansão da capacitação local. A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) oferece cursos gratuitos por meio dos programas Programaê e BAH.IA, com foco na formação de pesquisadores e professores.

Além disso, plataformas como Sebrae, Sesi, Senai, Coursera, Udemy, Google, Microsoft Learn, IBM e LinkedIn Learning são opções recomendadas para quem busca formação técnica e prática, muitas vezes de forma gratuita.

Habilidades humanas continuam sendo valorizadas

A fonoaudióloga Juliana Algodoal, doutora em Análise do Discurso em Situação de Trabalho, alerta que, embora a IA otimize tarefas, habilidades humanas como empatia, relacionamento e inteligência emocional continuam essenciais. “IA não entrega presença, não gera confiança nem cria vínculos”, afirma.

O novo cenário de trabalho exige uma combinação entre competências técnicas em IA e habilidades interpessoais, redefinindo o que significa estar preparado para o futuro profissional.

COMPARTILHE ESTE POST:

Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
MAIS NOTÍCIAS

Mais populares