Boulos afirma que quer permanecer no governo Lula até o fim do mandato e diz que eleição será discutida apenas em 2026.
Ministro descarta discutir candidatura no momento
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), afirmou nesta quinta-feira (30) que sua vontade é permanecer no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até o final da gestão. Ele evitou confirmar se será candidato a deputado federal nas eleições de 2026.
“Eleição eu vou discutir ano que vem”, declarou em entrevista ao UOL News.
Caso opte por disputar o pleito, Boulos precisará deixar o governo até o início de abril de 2026, prazo legal para desincompatibilização previsto na legislação eleitoral.
Declaração sobre democracia e diálogo
Durante a entrevista, Boulos comentou uma fala feita em seu discurso de posse, no qual afirmou que “não tem diálogo com quem ataca a democracia e trai o Brasil”. Segundo ele, a declaração se refere à impossibilidade de conversas construtivas com setores que ameaçam as instituições democráticas.
“O que eu disse é que eu vou rodar o Brasil, conversar e ouvir todos os setores da sociedade, e que nesta conversa de escuta política e discussão construtiva de propostas não há diálogo possível com quem ataca a democracia e trai o Brasil. Isso é uma coisa; outra coisa é o diálogo institucional, que aí não é nem opção minha como ministro, é obrigação e parte da minha função”, explicou.
Críticas a Eduardo Bolsonaro
Ao ser questionado sobre exemplos de pessoas com quem “não faz sentido discutir projeto para o Brasil”, Boulos citou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está morando nos Estados Unidos desde fevereiro e acumula 41 faltas na Câmara dos Deputados.
“É uma coisa inacreditável que esse cidadão ainda seja deputado. Esse cara tinha que ter sido cassado e é uma vergonha para o Parlamento brasileiro o Eduardo Bolsonaro continuar recebendo salário e verba de gabinete como deputado”, criticou o ministro.
Crítica ao ambiente político no Congresso
Boulos também comentou o ambiente político da Câmara dos Deputados, onde exerceu seu primeiro mandato antes de assumir o cargo no governo federal. Segundo ele, o protagonismo das emendas parlamentares tem esvaziado o debate político e transformado parlamentares em “espécies de vereadores federais”.
“Um negócio de você tratar da questão local, paroquial, específica e distribuidor de orçamento a partir das emendas parlamentares. Esse não é o jeito que eu acredito de fazer política. É um ambiente que está muito desgastado e despolitizado”, afirmou.
O ministro reforçou que seu foco atual é contribuir com o governo Lula, destacando que o debate sobre as eleições será tratado somente no momento oportuno.
