Prefeito de Palmas é preso pela PF em operação que investiga venda de sentenças no STJ
Eduardo Siqueira, prefeito de Palmas (TO), é preso pela PF em nova fase da Operação Sisamnes, que apura esquema de venda de sentenças no STJ. Mandados foram autorizados pelo STF.
Eduardo Siqueira (Podemos) foi detido nesta sexta-feira durante nova fase da Operação Sisamnes; STF autorizou mandados
O prefeito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos), foi preso pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (27), em mais uma fase da Operação Sisamnes, que investiga um esquema criminoso de venda de sentenças judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De acordo com informações reveladas pela revista Veja, além do gestor municipal, também foram alvos da operação o policial civil Marcos Albernaz e o advogado Antonio Ianowich Filho, que tiveram mandados de prisão expedidos e cumpridos.
Operação tem como foco o vazamento de informações sigilosas
A Polícia Federal também cumpre três mandados de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares, todas autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ação tem como objetivo aprofundar as investigações sobre uma suposta organização criminosa que atuava dentro e fora de órgãos públicos para repassar informações confidenciais de processos judiciais e investigações da PF a pessoas envolvidas nos esquemas.
Segundo nota divulgada pela Polícia Federal, as apurações indicam que dados sigilosos eram acessados, articulados e repassados a investigados com envolvimento direto de agentes públicos, advogados e operadores externos.
Eduardo Siqueira já havia sido alvo da PF em abril
O prefeito Eduardo Siqueira já havia sido alvo de uma operação da PF no último dia 30 de abril, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão em sua residência e na sede da Prefeitura de Palmas. Na ocasião, ele foi apontado como um dos principais alvos da investigação.
A nova fase da Operação Sisamnes aprofunda o foco nas suspeitas de que Siqueira teria atuado ativamente para obter decisões judiciais favoráveis por meio de contatos ilícitos no STJ, utilizando influência política e rede de operadores para benefício próprio ou de terceiros.
Entenda a Operação Sisamnes
A operação foi batizada de Sisamnes em alusão a um juiz persa do século V a.C. que, segundo registros históricos, foi executado por aceitar subornos em decisões judiciais. O nome simboliza o combate à corrupção no Judiciário e à violação de princípios éticos na magistratura e no serviço público.
A investigação continua sob sigilo judicial, e a Polícia Federal informou que novas fases da operação podem ser deflagradas conforme o avanço das apurações e a análise do material apreendido.
