sábado, 8 novembro 2025
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Mortes em megaoperação no Rio de Janeiro passam de 130, aponta defensoria pública

Defensoria Pública do Rio confirma 132 mortos na megaoperação das forças de segurança, incluindo quatro policiais. Ação nas comunidades da Penha e do Alemão é a mais violenta já registrada no estado.

Ação nas comunidades da Penha e do Alemão é a mais letal da história do estado; governo ainda não atualizou balanço oficial

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro informou, na manhã desta quarta-feira (29), que o número de mortos na megaoperação das forças de segurança subiu para 132 pessoas. A ação, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, registrou 128 civis mortos e quatro policiais, tornando-se a mais letal da história do estado.

Segundo relatos, mais de 60 corpos foram retirados pelos próprios moradores de uma área de mata no Complexo da Penha durante a madrugada. A cena evidenciou a gravidade da operação e o clima de tensão que tomou conta das comunidades desde o início das incursões policiais.

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Apesar do novo balanço divulgado pela Defensoria, o governo do Estado do Rio de Janeiro ainda não atualizou seus números oficiais, mantendo o registro anterior de 64 mortes divulgado na terça-feira (28).


Ação mais letal já registrada no estado

A megaoperação foi conduzida por forças integradas de segurança, incluindo Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, e tinha como alvo integrantes do Comando Vermelho (CV). Segundo as autoridades, o objetivo era cumprir mandados de prisão e desarticular o comando da facção nas comunidades da Zona Norte carioca.

Entretanto, organizações de direitos humanos e entidades civis vêm criticando o alto número de mortos e a falta de transparência nas ações, apontando possíveis excessos das forças policiais.

O caso reacendeu o debate sobre o uso da força em operações de segurança pública e o impacto dessas ações nas comunidades periféricas do Rio.


Contexto e repercussão nacional

A operação — que já vinha sendo alvo de questionamentos — ganhou ainda mais destaque após a divulgação de vídeos mostrando moradores transportando corpos em caminhões e motocicletas.

Parlamentares e entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Anistia Internacional, pediram investigação independente sobre as mortes e a atuação das forças de segurança.

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania informou que acompanha o caso e solicitou informações detalhadas ao governo do Rio de Janeiro.


Investigação em andamento

A Defensoria Pública do Rio e o Ministério Público Estadual abriram procedimentos para apurar as circunstâncias das mortes. Até o momento, o governo do estado afirma que as ações foram realizadas “dentro da legalidade” e que o confronto teria ocorrido com “criminosos fortemente armados”.

A megaoperação, que já entrou para a história como a mais letal do país, amplia as discussões sobre o modelo de segurança pública adotado no Rio e o papel das forças federais em ações estaduais de combate ao crime organizado.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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