Jerônimo domina São João e transforma superferiado em palco estratégico para 2026

Durante o superferiado de São João, Jerônimo Rodrigues ampliou sua presença no interior da Bahia, reforçando estratégias eleitorais para 2026 enquanto adversários, como ACM Neto, recuaram.

Enquanto prefeitos curtem a lua-de-mel eleitoral, governador intensifica articulações pelo interior da Bahia

Durante o superferiado que incluiu o São João e Corpus Christi, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), aproveitou a folia popular mais importante do interior baiano para reforçar sua visibilidade política, movimentando-se como candidato natural à reeleição em 2026.

Com uma agenda intensa desde a véspera do feriadão, Jerônimo foi visto em diversos municípios, principalmente onde prefeitos aliados dominam a gestão local. A estratégia de ocupar espaços simbólicos e festivos se mostrou eficiente, ainda que não tenha escapado de críticas e vaias em cidades como Mucugê e Livramento de Nossa Senhora. O saldo, porém, tende a ser positivo, já que a presença contínua tende a gerar maior lembrança eleitoral entre os eleitores.

ACM Neto adota perfil discreto e desperta críticas internas

O principal nome da oposição no estado, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), manteve presença tímida durante o período. Limitado a poucas aparições às vésperas do São João, Neto não participou dos dias mais quentes do feriadão, o que gerou desconforto entre seus aliados.

Apesar de possuir articulações em cidades estratégicas, a ausência durante o ciclo junino reforça uma das críticas recorrentes à sua atuação: a baixa inserção popular no interior, vista como uma fraqueza a ser explorada pelos adversários.

Senadores e pré-candidatos ao Senado somem da cena

Outros nomes cotados para disputar cadeiras no Senado em 2026 também passaram longe do protagonismo. Jaques Wagner teve aparição breve, Ângelo Coronel optou por descanso ao lado da esposa e Rui Costa fez apenas menções protocolares à festa, mantendo seu tradicional distanciamento das manifestações populares.

Episódios inusitados marcam pré-campanha informal de deputados

Enquanto isso, deputados federais e estaduais aproveitaram o palco das festas para ações de visibilidade extrema, algumas fora do tom. O destaque negativo foi protagonizado por Elmar Nascimento, flagrado virando uísque no gargalo em cima do palco durante uma apresentação junina.

O episódio ganhou força nas redes sociais e levantou questionamentos sobre os limites entre folclore, cultura e a busca por votos. O caso remete a uma cena polêmica de anos anteriores, quando um prefeito apareceu bebendo cachaça que saía do ânus de um bode de pelúcia em um show.

São João como laboratório político de 2026

A festa junina de 2025 funcionou como ensaio aberto para a corrida eleitoral de 2026. Quem soube aproveitar o momento — como Jerônimo Rodrigues — ampliou sua presença nos municípios e solidificou seu nome junto às bases. Já os ausentes terão que recuperar o prejuízo com novos atos até o fim do ciclo de festas.

Para o governador, o superferiado mostrou-se mais do que uma agenda cultural: foi um campo fértil para consolidar alianças, explorar visibilidade pública e reforçar a imagem de liderança em movimento, traço fundamental para quem pretende renovar o cargo máximo do estado.