PF investiga desvio milionário de recursos da saúde em Salvador
Polícia Federal e CGU apuram desvio de verbas da saúde em Salvador. Contrato da Secretaria de Saúde com organização social gerou prejuízo de até R$ 100 milhões.
Operação cumpre 25 mandados e mira contratos da Secretaria Municipal de Saúde
A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta quinta-feira (12) uma operação contra suspeitos de desviar recursos federais destinados a ações de saúde pública em Salvador. Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, além de bloqueios judiciais de R$ 100 milhões e imóveis ligados aos investigados.
Contrato suspeito com organização social durou quase 10 anos
Segundo a PF, o foco da investigação é um contrato firmado entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Salvador e uma organização social, que prestava serviços de apoio técnico em Tecnologia da Informação (TI) para o sistema público de saúde. O contrato esteve ativo por quase uma década e, em diversos momentos, houve pagamentos sem cobertura contratual.
Mandados são cumpridos em quatro cidades
As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Especializada Criminal da Seção Judiciária da Bahia e estão sendo executadas em:
- Salvador (BA)
- Mata de São João (BA)
- Itapetinga (BA)
- Maceió (AL)
Em Salvador, um dos alvos da operação foi um apartamento de alto padrão localizado no 8º andar de um edifício na Avenida Magalhães Neto, área nobre da capital.
Crimes investigados e medidas judiciais
Os investigados poderão responder pelos seguintes crimes:
- Fraude à licitação
- Peculato
- Corrupção ativa e passiva
- Associação criminosa
- Lavagem de dinheiro
Além da busca e apreensão, a Justiça determinou o bloqueio de valores, imóveis e o afastamento temporário de servidores públicos envolvidos com o contrato investigado.
Investigações foram iniciadas após auditoria da CGU
As apurações começaram após auditorias detectarem graves irregularidades na execução e nos pagamentos do contrato entre a SMS e a organização social. A CGU apontou desvios significativos de finalidade e indícios de corrupção na destinação dos recursos públicos.
A operação segue em andamento, e a Polícia Federal informou que novas etapas não estão descartadas.