O São João de Paripe, celebrado na emblemática Praça João Martins, ultrapassou as expectativas e se firmou como um dos mais acolhedores e intensos da capital. Com uma mistura irresistível de forró, piseiro, comidas típicas, cores vibrantes e comunidade viva, o bairro provou que o coração junino da cidade também bate forte às margens da Baía de Todos os Santos.
Desde o pôr do sol, as ruas do entorno já sentiram uma vibração diferente. Famílias inteiras chegavam com bancos de plástico, isopores, trajes xadrez e a vontade de dançar até o chão. Em meio ao aroma doce da canjica com coco queimado e do milho assado na brasa, uma multidão tomou conta da praça com leveza e empolgação. Não era só uma festa: era um reencontro coletivo, um grito alegre após longos meses de espera. Quando Natanzinho Lima entrou no palco, dono de um carisma natural, o jovem cantor cearense entregou uma apresentação eletrizante, que fez o público vibrar do início ao fim. A emoção tomou conta quando ele, com a bandeira da Bahia nas costas, agradeceu por poder cantar em um “bairro que dança com o peito”.
E como se não bastasse, Solange Almeida selou a noite com seu talento inconfundível. Vestida em tons dourados, ela parecia uma estrela descendo ao palco suburbano, sendo ovacionada antes mesmo da primeira nota. “A Bahia é minha segunda casa, e Paripe é o meu terreiro de luz”, declarou, emocionada, ao relembrar suas origens no forró. O momento mais simbólico foi quando ela desceu do palco e dançou com o público, no meio da praça, ao som de “Me Faça o Favor”.
O circuito de alimentação foi ampliado em relação ao ano passado, com 32 barracas vendendo desde sarapatel com cuscuz até novas invenções, como “pastel de licor” e “tapioca de amendoim com jaca”.
E não se engane: o melhor ainda está por vir. Neste domingo, 22 de junho, o palco de Paripe recebe nada menos que Bell Marques, Israel & Rodolffo, Manu Bahtidão e Escandurras — uma noite que promete cruzar os caminhos do axé, do sertanejo e do forró elétrico. Com a maré cultural já elevada, a expectativa é de que o bairro ultrapasse o público de 30 mil pessoas. Mas o que mais atrai não são os números — é a energia que pulsa, contagia e abraça quem chega.
Se no sábado o Subúrbio brilhou, no domingo ele promete incendiar. E quem viveu o dia 21 em Paripe já sabe: é impossível ficar de fora do dia seguinte. Porque ali, entre fogueiras e bandeirolas, mora um São João que não precisa se explicar — ele apenas acontece. E encanta.
SÃO JOÃO MINHA BAHIA uma realização da 585 Studios, com apoio do Governo do Estado, através da Superintendência de Fomento ao Turismo – Sufotur.