Zelensky afirma que paz duradoura na Ucrânia é “totalmente factível”
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, declarou nesta quarta-feira, 5 de março, que uma paz duradoura com a Rússia é “totalmente factível” se houver colaboração entre a Europa e os Estados Unidos. A declaração ocorre após uma semana de tensões diplomáticas, incluindo uma reunião tumultuada com o presidente americano, Donald Trump, na Casa Branca.
Contexto da declaração
Zelensky busca conter as consequências de sua reunião na sexta-feira, 28 de fevereiro, com Trump e o vice-presidente americano, JD Vance. Durante o encontro, o líder ucraniano foi acusado de não estar disposto a negociar com a Rússia. Agora, Zelensky tenta retomar o diálogo e garantir apoio internacional para um acordo de paz que evite futuras invasões russas.
“Todos queremos um futuro seguro para nosso povo. Não um cessar-fogo temporário, mas o fim da guerra de uma vez por todas. Com nossos esforços coordenados e a liderança dos Estados Unidos, isso é totalmente factível”, escreveu Zelensky nas redes sociais.
Reação do Kremlin
O Kremlin reagiu positivamente à disposição de Zelensky em negociar, mas levantou dúvidas sobre a viabilidade de um acordo. O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, destacou que há questões a serem resolvidas, como um decreto assinado por Zelensky em outubro de 2022 que proíbe negociações diretas com o presidente russo, Vladimir Putin.
A Rússia exige a “desmilitarização” da Ucrânia e a cessão de territórios reivindicados por Moscou, condições que Kiev considera inaceitáveis. No entanto, Zelensky se declarou disposto a se reunir com Putin, desde que haja garantias de segurança sólidas por parte dos aliados ocidentais.
Suspensão da ajuda militar dos EUA
A declaração de Zelensky ocorre em um momento delicado, após os Estados Unidos suspenderem a ajuda militar à Ucrânia na segunda-feira, 3 de março. O apoio econômico e militar é crucial para o país, que enfrenta as tropas russas desde fevereiro de 2022. Além disso, o diretor da CIA, John Ratcliffe, anunciou a suspensão da troca de dados de inteligência com a Ucrânia, um recurso vital para as operações militares ucranianas.
Esforços europeus
Enquanto os Estados Unidos reduzem seu apoio, a União Europeia busca maneiras de preencher a lacuna. A UE revelou um plano para “rearmar a Europa” e fornecer ajuda militar imediata à Ucrânia. O projeto será discutido durante uma cúpula europeia em Bruxelas, na quinta-feira, 6 de março, com a participação de Zelensky.
Dificuldades no front
Apesar da intensa atividade diplomática, a Ucrânia enfrenta desafios significativos no campo de batalha. O Ministério da Defesa russo anunciou a tomada de um novo vilarejo no leste da Ucrânia, evidenciando a pressão contínua sobre as forças ucranianas.
Próximos passos
Zelensky e seus aliados ocidentais continuam a buscar soluções para encerrar o conflito. A disposição do líder ucraniano em negociar, combinada com o apoio europeu, pode abrir caminho para um acordo de paz, mas as condições impostas pela Rússia e a complexidade do cenário geopolítico tornam o processo desafiador.