O espaço, tradicional reduto dos grandes eventos da capital baiana, recebeu milhares de pessoas em clima de pura euforia, em uma celebração que misturou tradição, modernidade e uma energia contagiante difícil de descrever.
O início da noite já dava sinais de que seria histórica. Famílias inteiras chegaram cedo, muitas trajando roupas típicas: mulheres com vestidos rodados, homens de chapéu de palha, crianças pintadas com sardas e tranças. A cidade parecia, de fato, pulsar em um único ritmo — o do forró. À medida que o céu escurecia, o Parque foi sendo tomado por um mar de gente, embalado pelo cheiro de milho assado, amendoim torrado e licor artesanal que exalava das inúmeras barracas instaladas pelo entorno.
Coube a Tarcísio do Acordeon, com sua voz inconfundível e o carisma de quem conhece bem o coração do povo nordestino, transformar o Parque de Exposições em um imenso salão de forró. Músicas como “Proteção de Tela” e “Meia Noite (Você tem meu WhatsApp)” foram acompanhadas em coro por um público entregue, que dançava agarrado ou cantava com os braços erguidos, celebrando não apenas a música, mas a alegria coletiva de um São João finalmente completo.
Mais tarde, quem assumiu o comando do palco foi Gustavo Mioto, que trouxe um repertório mais romântico, porém igualmente potente. O cantor paulista, já querido pelo público baiano, fez questão de agradecer pela recepção calorosa e não poupou elogios à festa: “Salvador sabe fazer São João como ninguém. Mioto emocionou o público com sucessos como “Com ou Sem Mim” e “Impressionando os Anjos”, e ainda surpreendeu ao cantar um trecho de “Asa Branca”, sendo ovacionado por um público visivelmente tocado pelo gesto.
A organização do evento mostrou mais uma vez maturidade na condução de um espetáculo desse porte. Equipes de segurança foram vistas em todos os acessos, com estações de saúde, tenda de acolhimento para mulheres e pontos de distribuição de água. A acessibilidade também foi destacada, com áreas reservadas para pessoas com deficiência e idosos, garantindo que todos pudessem curtir a festa com dignidade e conforto.
A banda Pagod’art subiu ao palco após nomes como Timbalada, sempre recebida com gritos ensurdecedores por fãs fervorosos. Dono de um repertório que mistura sucesso antigo e novas composições, o grupo fez um mergulho em clássicos como “Toma-lhe Fica” e “Ovo de Avestruz”. O show de Pagod’art foi um ótimo exemplo da musicalidade baiana que atravessa gerações, com letras envolventes, batidas pulsantes e coreografias que contagiam. Para muitos, o compromisso com a tradição do pagode raiz foi tão importante quanto a renovação de repertório, incluindo os lançamentos mais recentes do grupo.
O Parque de Exposições foi, mais uma vez, o grande palco da identidade nordestina em Salvador. E se havia alguma dúvida sobre o quanto o São João ainda pulsa forte no imaginário popular, a noite deste domingo tratou de responder com fogos, abraços e um coro afinado que não cansava de repetir: “Olha pro céu, meu amor…”. Assim, sob a lua cheia e entre balões iluminados, a capital baiana entrou, oficialmente, em seu tempo mais festivo — o tempo do São João. E hoje, dia 23 tem muito mais!
SÃO JOÃO MINHA BAHIA uma realização da 585 Studios, com apoio do Governo do Estado, através da Superintendência de Fomento ao Turismo – Sufotur.
