Motoristas por aplicativo em Salvador criam códigos para se prostituir e complementar renda
A prática de motoristas por aplicativo em Salvador se envolverem em atividades sexuais como forma de complementar a renda tem ganhado destaque. Conhecidos como “prostitubers”, esses profissionais desenvolvem códigos específicos para facilitar as negociações e garantir a segurança de todos os envolvidos.
Códigos e estratégias para complementar a renda
A atividade sexual, na maioria das vezes, envolve relações entre homens, tanto como clientes quanto como prestadores de serviços. Para sinalizar a intenção de negociar, os motoristas utilizam códigos discretos, como deixar uma bala Halls à mostra no painel do carro. Se o passageiro pedir a bala, a negociação pode ser iniciada. Em alguns casos, o doce é colocado em áreas mais sugestivas, como a coxa ou virilha.
Além disso, no chat dos aplicativos, os motoristas e passageiros usam letras como ‘B’ para ‘boquete’ e ‘C’ para ‘cu’, contornando os filtros de linguagem das plataformas.
Plataformas e formas de abordagem
Plataformas como InDrive e 99, que permitem negociar o valor da corrida, também são utilizadas para essas atividades. Motoristas como Ricardo* preferem estacionar próximos a saunas gays ou baladas LGBTQIAPN+, aguardando solicitações que podem se transformar em oportunidades de negócios sexuais.
Assédio e repercussões
A prática, que tem se popularizado, também trouxe consigo casos de assédio, com passageiros adotando abordagens mais diretas. Relatos de motoristas surpreendidos por propostas indecorosas no chat dos aplicativos são cada vez mais comuns. Um caso recente de um motociclista que agrediu um passageiro após ser apalpado em suas partes íntimas durante uma corrida no Rio de Janeiro ilustra os riscos associados à prática.
Procuradas pelo Portal A TARDE, as empresas Uber e 99 optaram por não comentar o assunto, enquanto a InDrive não foi localizada para responder.
*Nome fictício para preservar a identidade dos entrevistados.
