PT realiza eleição interna na Bahia com 192 mil filiados aptos e pressão por retomada de protagonismo
Com 192 mil filiados aptos na Bahia, o PT realiza neste domingo (6) eleições internas para escolher suas novas lideranças. Sob pressão da militância, o partido busca retomar protagonismo político para 2026.
Disputa estadual tem cinco nomes; Tássio Brito, apoiado por Jaques Wagner, desponta como favorito
O Partido dos Trabalhadores (PT) promove neste domingo (6) o Processo de Eleições Diretas (PED), com votação das 9h às 17h, para a escolha de seus novos presidentes em nível nacional, estadual e municipal. Na Bahia, 192 mil filiados estão aptos a votar em 381 municípios, com votação realizada por cédulas físicas.
Além dos presidentes, os eleitores petistas também votarão nas respectivas chapas das instâncias partidárias e nos coordenadores de macro ou zonais e suas chapas. Em Salvador, são esperados entre 3 mil e 5 mil votantes distribuídos entre as 20 zonais da capital.
Bahia: cinco candidatos disputam o comando estadual
A eleição marca a sucessão do atual presidente estadual do partido, Éden Valadares, que optou por não disputar a reeleição. Estão na disputa: Gabriel Cavalcante, Jonas Paulo, Paulo Riela, Rodrigo Pereira e Tássio Brito.
O militante do Movimento Sem Terra (MST), Tássio Brito, é tido como favorito, especialmente por ter sido escolhido diretamente pelo senador Jaques Wagner (PT). Ele defende a continuidade do processo de renovação geracional iniciado por Éden.
Seu principal adversário é Jonas Paulo, ex-presidente do partido no estado, que tem criticado a atual gestão por se afastar das bases e movimentos sociais, apostando em uma atuação mais digital e concentrada na capital. Jonas conta com o apoio de Élen Coutinho em sua chapa.
Capital baiana também vive disputa com favoritismo para Ana Carolina
Em Salvador, cinco candidaturas disputam a presidência municipal do PT. A favorita é Ana Carolina, militante da Marcha Mundial de Mulheres, que reúne o apoio de pelo menos 60% das forças internas do partido na capital. Entre seus apoiadores estão ex-candidatos que retiraram suas pré-candidaturas, como Ademário Costa, Beto Preto, Paulo Mota e Zelito Souza, além do próprio grupo de Tássio Brito.
Também estão na disputa os nomes de Bete Wagner, a chapa coletiva Gilcimar Brito, Marli Carrara e Petra Peron, Professora Marize e Uarlen.
Pressão da militância e cenário de disputa em 2026
O PED ocorre sob forte pressão da militância petista, que cobra um novo rumo para o partido em meio à perda de protagonismo nacional. O cenário político tem mostrado o presidente Lula encurralado pela falta de apoio no Congresso Nacional e um ambiente de antecipação eleitoral, com articulações da centro-direita contra sua reeleição em 2026.
Segundo o presidente estadual do PT, Éden Valadares, o momento exige união:
“Esperamos sair desse PED com uma agenda unificada para os desafios eleitorais de 2026”, declarou.
Para Valadares, é essencial que o partido se mantenha organizado, conectado às bases, sindicatos e movimentos sociais, e que se adeque à nova realidade social e do trabalho.
Nacional: quatro nomes disputam presidência
Em nível nacional, os petistas escolherão entre quatro candidatos à presidência do partido:
- Edinho Silva (Construindo um Novo Brasil – CNB)
- Valter Pomar (Articulação de Esquerda)
- Romênio Pereira (Movimento PT)
- Rui Falcão (Novo Rumo)
O resultado da votação deve ser anunciado até terça-feira (8). Na segunda-feira (7), Éden Valadares e o secretário de Organização do PT Bahia, Osmar Galdino (Jojó), farão um balanço parcial da votação em coletiva na sede estadual, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.
Desafios internos e reconstrução
Apesar dos embates entre as correntes internas, lideranças do partido ouvidas pelo Política Livre avaliam que haverá recomposição imediata após o PED, com o objetivo de reagrupar forças para os embates eleitorais de 2026, especialmente a reeleição do governador Jerônimo Rodrigues e a manutenção da base no Congresso.
O voto no PED não é obrigatório, e a estimativa de participação na Bahia varia entre 30 mil e 40 mil filiados. Ao todo, o estado registra 480 candidaturas municipais e 63 zonais no processo eleitoral interno.