O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou ceticismo e desaprovação em relação às declarações de Jair Bolsonaro, que acusou o atual governo de perseguir sua família. Tais comentários surgiram em um contexto delicado, marcado por uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre alegações de um esquema de espionagem ilegal envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a administração anterior.
Em uma recente entrevista à CBN Recife, Lula foi enfático ao qualificar a alegação de Bolsonaro:
“Ele falou uma grande asneira. O governo brasileiro não manda na PF, muito menos na Justiça.”
Esta declaração de Lula visa destacar a independência e integridade das instituições de segurança e judiciais do país, contrapondo-se à narrativa de manipulação política sugerida por Bolsonaro.
As tensões se intensificaram após uma “super live” organizada pela família Bolsonaro no domingo (28), onde o ex-presidente categorizou as ações da PF contra seu filho Carlos Bolsonaro como uma “perseguição implacável”. A acusação aponta para uma atmosfera de polarização e disputa política, refletindo o cenário conturbado no qual as investigações estão ocorrendo.
Lula, por outro lado, destacou a importância de um processo justo e imparcial, sublinhando a necessidade de respeitar a presunção de inocência, um direito que ele afirma não ter sido plenamente observado em sua própria experiência. “O que espero é que as pessoas sejam investigadas e que tenham direito a presunção de inocência, o que eu não tive”, afirmou, delineando sua visão sobre o tratamento adequado em investigações judiciais.
Este confronto entre Lula e Bolsonaro não apenas sublinha as tensões políticas existentes, mas também enfatiza a complexidade das relações entre as esferas governamental, policial e judicial no Brasil, um país atualmente navegando por um período significativamente polarizado em sua história política.