segunda-feira, 24 março 2025
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Braga Netto insiste em mais prazo para defesa em caso de denúncia de golpe no STF

Braga Netto insiste em mais prazo para defesa em caso de denúncia de golpe no STF. Saiba mais sobre os argumentos da defesa e a decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Braga Netto insiste em mais prazo para defesa por denúncia de golpe

Os advogados do general Braga Netto voltaram a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a ampliação do prazo para a apresentação da defesa prévia contra a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, já havia negado um primeiro pedido, mas a defesa insiste na necessidade de mais tempo.

Contexto da denúncia

Braga Netto foi denunciado no fim de fevereiro pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 32 pessoas. A acusação envolve o planejamento e a tentativa de execução de um golpe de Estado, além de outros crimes relacionados à abolição do Estado Democrático de Direito. O prazo para a apresentação da defesa termina nesta sexta-feira, 7 de março.

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Argumentos da defesa

A defesa de Braga Netto argumenta que o prazo de 15 dias, estabelecido pelo regimento interno do STF, é insuficiente para analisar as centenas de milhares de elementos de prova e documentos que embasam a denúncia. Em um dos HDs recebidos, por exemplo, há 390 gigabytes de dados e mais de 110 mil arquivos.
Além disso, os advogados alegam que Braga Netto teria o direito de apresentar sua defesa somente após o tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada. Eles baseiam-se no artigo 4 da Lei de Colaboração Premiada, que garante ao delatado o direito de se manifestar após o delator “em todas as fases do processo”.

Decisão de Alexandre de Moraes

Ao negar o primeiro pedido de ampliação do prazo, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que “não há previsão legal” para a manifestação do acusado após o delator, pois a garantia da lei se aplicaria somente após a eventual abertura de ação penal. A defesa, no entanto, contesta essa interpretação, argumentando que ela viola o princípio da ampla defesa e do contraditório.

Problemas no acesso às provas

Os advogados José Luis Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua também alegam não ter acesso à íntegra das provas que embasaram a denúncia. Segundo eles, o material entregue à defesa de Braga Netto não seria o mesmo disponibilizado a outras defesas, com mais de 1 mil arquivos a menos. Além disso, processos físicos, ainda não digitalizados, e que foram indicados pela PGR como subsídios para a denúncia, não teriam sido disponibilizados.
Em resposta, Moraes negou qualquer impedimento no acesso integral às provas, afirmando que a defesa “parece não ter consultado os autos”.

Próximos passos

A defesa de Braga Netto aguarda uma nova decisão do STF sobre o pedido de ampliação do prazo. Caso o pedido seja negado novamente, o general terá até esta sexta-feira para apresentar sua defesa prévia. O caso tem gerado grande repercussão, dada a gravidade das acusações e o envolvimento de figuras de destaque na política nacional.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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