ACM Neto enfrenta desafios para montar chapa de 2026
O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), pré-candidato ao governo da Bahia em 2026, já enfrenta dificuldades na montagem de sua chapa majoritária. Aliados do político reconhecem a falta de nomes dispostos a assumir posições como vice-governador e candidatos ao Senado, em um cenário marcado por isolamento político e perda de aliados.
Isolamento político
ACM Neto, que foi derrotado por Jerônimo Rodrigues (PT) na eleição de 2022, enfrenta um cenário ainda mais desafiador para 2026. A debandada de prefeitos da oposição para o governo estadual, articulada pelo secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), tem dificultado a formação de alianças. Além disso, o ex-prefeito tem sido criticado por sua “inabilidade” política em unir o grupo de oposição.
“Não tem outro nome. Nosso candidato em 2026 é só Neto”, afirmou um deputado estadual do União Brasil, em condição de anonimato. No entanto, a falta de nomes dispostos a compor a chapa tem sido um obstáculo significativo.
Nomes cogitados
Até o momento, quatro nomes foram cogitados para a vice-governança e para o Senado, mas três deles já recusaram a proposta. O prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, foi o primeiro nome pensado para a vice, mas aliados afirmam que ele não pretende repetir o movimento de 2018, quando renunciou ao mandato para concorrer ao governo.
Outra opção, o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), tem se aproximado do governador Jerônimo Rodrigues, o que dificulta sua participação na chapa de ACM Neto. A prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União Brasil), também foi cogitada, mas fontes próximas descartaram a possibilidade.
O único nome considerado “acessível” no momento é o ex-prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB). No entanto, ele teria que deixar o partido para se viabilizar, e até agora não demonstrou disposição para compor a chapa.
Repetição de erros
A preocupação da oposição é evitar a repetição dos erros cometidos em 2022, quando ACM Neto escolheu a empresária Ana Coelho (Republicanos) para a vice-governança. A estratégia foi alvo de críticas na época, e a falta de um nome com relevância política é apontada como uma das principais falhas da campanha.
Em 2022, ACM Neto contou com uma ampla coligação e recebeu R$ 16,3 milhões em recursos da direção nacional do União Brasil. Apesar disso, foi derrotado por Jerônimo Rodrigues, obtendo 3.316.711 votos contra 4.019.830 do petista.
Próximos passos
ACM Neto e seus aliados precisam superar o isolamento político e encontrar nomes fortes para compor a chapa de 2026. A capacidade de articulação do ex-prefeito será fundamental para garantir a união da oposição e aumentar as chances de sucesso nas próximas eleições.
