Mercado reage à fala de Trump e petróleo despenca com trégua no Oriente Médio
Preços do petróleo despencam após Trump liberar compra do Irã pela China e anúncio de trégua no Oriente Médio. Brent e WTI recuam mais de 4%.
Commodities registram queda após Trump afirmar que China pode comprar petróleo iraniano
Os preços do petróleo registraram uma forte queda nesta terça-feira (24), após uma declaração de Donald Trump e o anúncio de uma trégua no conflito entre Irã e Israel. O mercado reagiu com alívio às notícias, o que pressionou os preços das principais referências da commodity no mercado internacional.
Em sua plataforma Truth Social, Trump escreveu, durante voo para a cúpula da Otan em Haia, nos Países Baixos:
“A China agora pode continuar comprando petróleo do Irã. Com um pouco de sorte, também comprarão muito petróleo dos Estados Unidos.”
Brent e WTI recuam mais de 4%
A fala do ex-presidente norte-americano impactou diretamente os contratos futuros do petróleo. Por volta das 14h05 GMT (11h05 em Brasília), o Brent para entrega em agosto caiu 4,66%, sendo negociado a US$ 68,15 (R$ 376,23). Já o West Texas Intermediate (WTI), referência americana, também para agosto, recuou 4,66%, atingindo US$ 65,32 (R$ 360,61).
Mercado avalia trégua e retaliações simbólicas
Além das declarações de Trump, o mercado também reagiu ao anúncio de uma trégua entre Irã e Israel, e à avaliação de que as retaliações iranianas aos bombardeios dos Estados Unidos no último domingo (22) foram moderadas.
Segundo o analista Ole Hvalbye, do SEB, as ações do Irã “foram mais simbólicas do que reais e não causaram muitos danos”. A percepção de menor risco geopolítico contribuiu para o alívio nas cotações da commodity.
Preocupações com o Estreito de Ormuz permanecem
Apesar da trégua, o risco de novos episódios de tensão não está descartado. O analista Jorge León, da Rystad Energy, alerta que ainda existe a possibilidade de instabilidade:
“O risco de fechamento do Estreito de Ormuz [por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial] aumentou significativamente.”
Ainda assim, no curto prazo, a tendência de recuo dos preços se mantém, refletindo o alívio momentâneo nas tensões do Oriente Médio e a expectativa de manutenção no fornecimento global, sobretudo com a possível retomada das compras chinesas do petróleo iraniano.