Lula estuda recriar ministério que foi fechado por Jair Bolsonaro
Decisão ganhou força após megaoperação no Rio que terminou com mais de 100 mortos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve disputar a reeleição em 2026, avalia recriar o Ministério da Segurança Pública, pasta extinta no início do governo Jair Bolsonaro (PL), em 2019.
De acordo com informações da CNN Brasil, Lula recebeu apoio político para tirar o projeto do papel, especialmente após a megaoperação no Rio de Janeiro que resultou em mais de 100 mortes nos complexos da Penha e do Alemão.
Atualmente, a segurança pública está sob a responsabilidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado por Ricardo Lewandowski. A recriação da pasta separaria as duas áreas, como ocorreu entre 2018 e 2019, quando o ministério foi liderado pelo então ministro Sérgio Moro, hoje senador pelo União Brasil.
Motivações políticas e estruturais
A proposta ganhou força dentro do governo federal após a repercussão nacional e internacional da Operação Contenção, considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro.
Nos bastidores, a equipe presidencial avalia que o modelo atual de gestão integrada entre Justiça e Segurança Pública tem dificultado respostas rápidas em situações de crise.
Além disso, a recriação da pasta serviria como sinal político de que o governo pretende reforçar o combate ao crime organizado, uma das principais pautas de segurança pública do país.
Histórico do ministério
O Ministério da Segurança Pública foi criado em 2018, no governo de Michel Temer (MDB), com o objetivo de centralizar o enfrentamento à criminalidade e ao narcotráfico.
Em 2019, logo no início de seu mandato, Jair Bolsonaro extinguiu a pasta e a incorporou ao Ministério da Justiça, sob o comando de Sérgio Moro.
Durante seu curto período de existência, o ministério coordenou ações integradas entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Secretarias Estaduais de Segurança, com foco em operações interestaduais e fronteiriças.
O que pode mudar?
Se recriada, a nova estrutura deverá retomar o foco exclusivo na segurança pública, deixando a Justiça com a missão de articular políticas jurídicas e de cidadania.
A proposta ainda depende de debate interno entre ministérios e aprovação do Congresso Nacional.
Nos bastidores, aliados de Lula acreditam que a medida pode reforçar a imagem do governo na área de segurança, um dos temas mais sensíveis para o eleitorado às vésperas da eleição presidencial de 2026.
