Ministro Celso Sabino discute com Ronaldo Caiado durante reunião do União Brasil
A crise interna no União Brasil ganhou novos capítulos nesta quarta-feira (9), quando o ministro do Turismo, Celso Sabino, discutiu com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, durante a reunião da Executiva Nacional do partido — o mesmo encontro que definiu sua suspensão das atividades partidárias.
De acordo com o colunista Lauro Jardim, do O Globo, Caiado teria afirmado que a manutenção de Sabino na legenda seria “uma imoralidade ímpar”, criticando o ministro por se recusar a deixar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contrariando a orientação partidária.
Troca de farpas e provocação pública
Após o episódio, Sabino reagiu às críticas e ironizou o governador goiano durante entrevista coletiva, afirmando que só responderia Caiado “quando ele atingir 1,5% nas pesquisas de intenção de voto”.
“Quando ele alcançar 1,5% nas pesquisas, eu respondo. Antes disso, não”, declarou Sabino, em tom de provocação.
A resposta foi vista como uma referência direta à pré-candidatura presidencial de Ronaldo Caiado em 2026, que tenta se firmar como alternativa da direita liberal fora do bolsonarismo.
Punição e crise interna no União Brasil
A reunião terminou com a suspensão temporária de Celso Sabino das atividades partidárias, em decisão liderada por Ronaldo Caiado e apoiada por parte da Executiva Nacional.
O mesmo encontro também destituiu o ministro André Fufuca (Esportes) do cargo de vice-presidente nacional e do comando do diretório estadual do Maranhão.
Ambos os ministros haviam sido orientados a deixar os cargos no governo Lula, mas decidiram permanecer. O caso expôs o racha entre alas do partido — uma mais alinhada ao Planalto e outra à oposição.
Sabino tenta minimizar crise
Mesmo após a punição, Sabino afirmou que continuará no cargo e destacou o trabalho da pasta no setor turístico.
“Sigo focado nas entregas do Ministério do Turismo. Estamos a 30 dias da COP 30 e tenho muito trabalho pela frente. Minha relação é com o Brasil, não com disputas internas”, disse o ministro.
O impasse deve continuar sendo pauta nas próximas reuniões da Executiva Nacional do União Brasil, com aliados de Caiado defendendo a expulsão definitiva de Celso Sabino da sigla.
