O mercado de derivados de petróleo é bastante aquecido e tem um impacto direto na economia e na vida dos brasileiros. Recentemente, houve aumento nos preços do gás de cozinha e gasolina, gerando uma elevação dos custos ao consumidor final e, consequentemente, ao bolso dos baianos.
Aumento de preços e monopólio
A Acelen, que administra a Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador, é a responsável pelos ajustes nos preços dos derivados do petróleo na Bahia. Para o economista Eric Ferreira, o fato de existir um monopólio no mercado baiano dificulta uma prática de preços mais justa para a população. “A Acelen pratica uma política de preços em que eles escolhem visando apenas o lucro. A privatização da refinaria transformou o agente dominante de estatal para privado. Se o preço for mais caro e mantiver as margens de retorno sem afetar a competitividade e volume de vendas, essa será a política deles”, pontuou.
Impacto social e necessidade de concorrência
Ferreira acrescenta que a empresa não visa o bem-estar social nem o desenvolvimento local, e considera que essa maneira não é a mais justa de precificar os produtos. Segundo ele, seria necessário um parque de refino com vários agentes produtores na Bahia para ampliar a concorrência e obter preços mais econômicos para o consumidor final. “Nosso mercado passou de ser um mercado integrado nacionalmente, com capacidade de planejamento e estoque, com preços menos caros e previsíveis, para ser um monopólio regional privado.”
Visão do mercado e alternativas energéticas
“No caso da Bahia, quando você vendeu a refinaria que produz e distribui a maioria absoluta dos derivados que são consumidos aqui no estado e em Sergipe também, você não vendeu uma empresa para aumentar a competição, você vendeu o agente dominante e toda a infraestrutura atrelada ao parque de refino, que continuou sendo agente dominante só que privado, cuja finalidade é o lucro puro”, avaliou o economista.
O gerente de Suprimento de Gás e de Mercado da Bahiagás, Makyo Félix, comentou que a precificação acontece a partir de uma avaliação do mercado internacional de petróleo. “No cenário global de combustíveis, a precificação dos derivados é comumente atrelada às variações do preço do barril de petróleo e da cotação do dólar. Similarmente, o valor do gás natural é influenciado tanto pelo custo do petróleo quanto pelo do próprio e pela moeda norte-americana, elementos que definem o preço final do produto”, afirmou.
Investimentos em novas tecnologias
Sobre o uso de tecnologia e novas fontes de energia para diminuir o impacto para o consumidor final, Félix destacou que a “Bahiagás vem intensificando seus investimentos para ampliar sua presença no segmento automotivo (GNV), conectando novos postos em Salvador e outras localidades do estado. Os preços do GNV (Gás Natural Veicular) nos postos da Bahia estão entre os mais acessíveis do país, conforme dados da ANP. No segmento residencial, o gás natural representa uma alternativa mais econômica para os consumidores que o GLP. A expansão da rede da Bahiagás visa conectar mais residências, tanto na capital quanto no interior, promovendo o acesso ao gás natural e reforçando o compromisso da Companhia em fornecer opções energéticas mais vantajosas e que contribuam para a economia dos cidadãos baianos.”