União Brasil decide expulsar ministro Celso Sabino do partido
O ministro do Turismo, Celso Sabino, teve sua filiação ao União Brasil oficialmente cancelada nesta segunda-feira (8). A decisão foi tomada pela Comissão Executiva Nacional do partido, que entendeu que o ministro descumpriu a orientação da sigla ao optar por permanecer no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O movimento encerra de forma antecipada o processo disciplinar iniciado no final de 2024, quando Sabino foi afastado de todas as atividades partidárias e passou a responder a um procedimento interno que poderia resultar em advertência, suspensão ou expulsão. O prazo poderia se estender por até 60 dias, mas a Executiva decidiu abreviar o rito diante do impasse político.
Conflito interno
A expulsão reflete a tensão prolongada entre Sabino e a cúpula do União Brasil. Apesar de a sigla ter indicado nomes para ministérios no início do governo Lula, parte expressiva do partido adotou postura de independência e recomendou que seus membros deixassem o primeiro escalão.
Sabino, contudo, consolidou-se no ministério com apoio direto do presidente Lula e resistiu à pressão interna. A permanência dele passou a ser interpretada pelo comando partidário como ato de infidelidade, culminando no rompimento definitivo.
Impactos políticos
Com a saída de Sabino, o União Brasil reforça seu movimento de distanciamento do governo federal, alinhando-se ao discurso de maior autonomia no Congresso. A expulsão, porém, não interfere na permanência do ministro no cargo, já que sua nomeação depende exclusivamente da Presidência da República.
Nos bastidores, dirigentes afirmam que a decisão busca reorganizar a identidade partidária diante do calendário eleitoral de 2026, reduzindo ruídos internos e externos.
