MP-BA investiga esquema de rachadinha e nepotismo na Câmara de Itapé, presidida pela vereadora Ive Cleia Alves Pinto de Almeida.
Ministério Público apura nepotismo e contratação irregular
A Câmara Municipal de Itapé, no sul da Bahia, está sendo alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) por um suposto esquema de rachadinha e nepotismo. O procedimento foi instaurado no último dia 22 e busca apurar denúncias e responsabilidades dos envolvidos.
A presidência da Casa é ocupada pela vereadora Ive Cleia Alves Pinto de Almeida, conhecida como Ive de Reinaldo (PSB). A investigação também aponta indícios de contratação de funcionários fantasmas e abuso de poder econômico, o que levou a Justiça a prorrogar o processo por mais 90 dias.
Suspeitas de desvio de recursos públicos
O inquérito tem como foco principal a atuação de agentes públicos locais e a gestão administrativa da Câmara. Há suspeitas de que recursos destinados a áreas essenciais, como saúde e educação, tenham sido desviados, além de indícios de servidores lotados sem comprovação de trabalho efetivo.
Histórico de afastamentos e irregularidades
Em 2018, a Justiça, atendendo a um pedido do Ministério Público da Bahia, determinou o afastamento de cinco vereadores da Câmara Municipal, incluindo o então presidente da Casa.
Na época, a operação investigava desvio de verbas públicas, uso indevido de cheques da Câmara para fins pessoais — como compra de gado e materiais de construção —, além de outras irregularidades que reforçaram o histórico de má gestão na instituição.
Entenda o esquema de rachadinha
O esquema de rachadinha consiste no desvio de dinheiro público por meio da apropriação parcial dos salários de assessores parlamentares, pagos com recursos dos cofres públicos.
Nesse tipo de prática, o servidor é cooptado a devolver parte do salário ao político responsável pela nomeação, seja por transferências bancárias ou pelo pagamento de despesas pessoais do parlamentar.
Consequências legais e outros crimes associados
Embora não exista um artigo específico no Código Penal que trate diretamente da rachadinha, a prática é considerada ilegal e pode envolver crimes de peculato, concussão e corrupção passiva.
Além disso, o esquema costuma estar ligado a outros crimes, como lavagem de dinheiro e contratação de funcionários fantasmas ou laranjas, com o objetivo de ocultar a origem dos recursos desviados.
O MP-BA segue apurando o caso e deverá ouvir novos depoimentos nos próximos meses, com o intuito de esclarecer o destino dos valores e a participação de cada envolvido.
