segunda-feira, 14 julho 2025
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Brasileira Juliana Marins é encontrada morta após queda em trilha de vulcão na Indonésia

Após quatro dias de buscas, corpo de Juliana Marins é localizado em penhasco no Monte Rinjani. Família denuncia abandono e omissões no resgate.

Corpo de Juliana Marins é encontrado no Monte Rinjani após queda em penhasco na Indonésia

Juliana Marins, brasileira de 26 anos, morreu após cair em penhasco no Monte Rinjani, na Indonésia. Família denuncia abandono por parte de guia da trilha.

Brasileira desapareceu durante trilha com grupo turístico; família denuncia abandono e falhas no resgate

A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta nesta terça-feira (24), quatro dias após cair em um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. A informação foi confirmada pela família, que acompanhava as buscas com apoio de autoridades e voluntários.

“Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, disse a família em comunicado.

Equipes de resgate chegaram até o local da queda nesta terça, após instalarem um acampamento avançado próximo ao ponto onde Juliana foi avistada pela última vez. O terreno íngreme exigiu técnicas de alpinismo e o uso de drones.

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Do mochilão à tragédia

Juliana era natural de Niterói (RJ), formada em Publicidade pela UFRJ e atuava como dançarina de pole dance. Ela fazia um mochilão pela Ásia desde fevereiro, já tendo passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Ilha de Lombok, vizinha a Bali, onde fica o Monte Rinjani, um vulcão ativo com 3.721 metros de altitude.

A trilha, muito procurada por turistas, exige preparo físico e psicológico, já que envolve pernoite e condições adversas como ar rarefeito e clima instável.

Acidente e denúncias de abandono

O acidente ocorreu por volta das 4h da manhã do sábado (21), horário local — 13h de sexta (20) no Brasil. Juliana participava de uma trilha com mais seis turistas, guiados por dois profissionais locais. Segundo a irmã, Mariana Marins, Juliana pediu para descansar, mas o grupo prosseguiu na trilha, deixando-a sozinha.

“A gente descobriu isso em contato com pessoas que trabalham no parque. Juliana ficou muito cansada e pediu para parar um pouco. Eles seguiram em frente, e o guia não ficou com ela”, relatou Mariana ao programa Fantástico.

As autoridades do parque confirmaram que, ao retornar, o guia encontrou a jovem já caída no penhasco. Juliana, ainda com vida, teria pedido socorro.

Guias divergem sobre o abandono

O guia Ali Musthofa, de 20 anos, confirmou em entrevista ao O Globo que seguiu à frente da brasileira e a orientou a descansar. Ele afirma que a deixou por apenas três minutos e que percebeu algo errado após 15 a 30 minutos, ao notar a ausência da jovem no ponto de encontro.

“Vi a luz de uma lanterna num barranco e ouvi a voz da Juliana pedindo socorro. Disse que iria ajudá-la”, relatou. No entanto, o socorro enfrentou dificuldades.

Resgate dificultado e informações falsas

No sábado, um drone localizou Juliana, imóvel a 500 metros abaixo da trilha, o equivalente à altura do Corcovado. Na segunda (23), ela foi vista ainda mais abaixo, a cerca de 650 metros, sem sinais de vida.

Autoridades da Indonésia e a Embaixada do Brasil em Jacarta chegaram a divulgar informações de que Juliana teria recebido comida, água e agasalho de montanhistas, o que não era verdade. A família desmentiu a informação e denunciou vídeos falsos de resgate.

“O embaixador admitiu ter repassado informações incorretas com base em relatos das autoridades locais”, revelou Mariana.

Resgate só foi possível após 4 dias

A complexidade do terreno, somada à baixa visibilidade e à insuficiência de equipamentos, atrasou o resgate. O acesso só foi possível após a montagem de uma base avançada na terça (24), permitindo que equipes especializadas alcançassem o ponto da queda.

As buscas continuaram mesmo com o escurecer do dia na Indonésia. Juliana foi localizada sem vida, encerrando uma campanha internacional que mobilizou redes sociais, imprensa e autoridades diplomáticas.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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