Governo Lula reagirá a Trump e defende que Pix é prática consolidada no Brasil
Governo Lula prepara resposta aos EUA e garante que o Pix é uma operação consolidada, rejeitando mudanças após investigação aberta por Trump.
Palácio do Planalto descarta mudanças no Pix e contesta fundamentos da investigação americana
O governo Lula (PT) iniciou, na noite desta terça-feira (15), a análise da investigação comercial aberta pelos Estados Unidos, que inclui o sistema Pix como uma possível prática desleal em serviços de pagamento eletrônico. Embora ainda não tenha definido toda a estratégia de resposta, integrantes do Palácio do Planalto antecipam que o Brasil reafirmará que o Pix é uma operação já consolidada e inegociável.
Investigação americana mira comércio eletrônico, desmatamento e até a 25 de Março
A investigação está sob responsabilidade do USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) e abrange temas como comércio eletrônico, tecnologia, desmatamento, taxas de importação e propriedade intelectual. O relatório cita ainda a rua 25 de Março, tradicional centro comercial de São Paulo, como símbolo da pirataria no Brasil e motivo de falhas na proteção de direitos autorais.
Entre os pontos abordados estão também a falta de práticas anticorrupção, acesso ao mercado de etanol e suposta discriminação a empresas americanas. A medida foi anunciada pelo ex-presidente Donald Trump em uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual também instruiu a abertura da investigação com base na Seção 301 da legislação americana de 1974.
Palácio descarta “campanha do Pix” e evita insegurança na população
Apesar do clima de pressão, integrantes do governo descartam qualquer campanha de mobilização popular em torno do tema, como o slogan “não mexa com meu Pix”. A preocupação é evitar pânico ou desinformação sobre possíveis mudanças no sistema, como ocorreu recentemente com rumores infundados sobre taxação.
Um ministro próximo a Lula questionou os fundamentos econômicos do relatório, classificando-os como “falsos”. Outro assessor avaliou que a medida trata-se de um “factóide político para pressionar o Brasil ao diálogo”. Para o Planalto, essa é uma estratégia para forçar aproximação, sem base técnica consistente.
Histórico da Seção 301 e riscos de sanções
Desde 1974, os EUA iniciaram cerca de 130 investigações sob a Seção 301, sendo que apenas uma parte resultou em tarifas ou medidas concretas. Mesmo assim, o risco de sanções é real e pode afetar a economia brasileira, especialmente em setores de exportação. O governo trabalha agora na elaboração de uma resposta jurídica e diplomática à altura.
Em paralelo, auxiliares do presidente seguem acompanhando as repercussões do tarifaço de 50% imposto por Trump a produtos brasileiros e o impacto político sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi citado na carta como vítima de perseguição.
Brasil manterá o Pix como está
Segundo fontes do governo, qualquer tentativa de alteração no sistema de pagamentos brasileiro por pressão externa será rejeitada. O Pix, criado pelo Banco Central e adotado por milhões de brasileiros, já é considerado um modelo de inovação e inclusão financeira, e será mantido como está.
