MST conta 26 invasões e 5 acampamentos no Abril Vermelho e fala em retomada de mobilização
Conclusão do Abril Vermelho
O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) concluiu nesta sexta-feira o Abril Vermelho, um período de ação anual em memória ao massacre de Eldorado do Carajás em 1996. Este ano, o movimento registrou 26 invasões e estabeleceu 5 novos acampamentos em 13 estados e no Distrito Federal, segundo informações obtidas pelo Painel.
Perspectiva de intensificação das ocupações
De acordo com Ceres Hadich, dirigente nacional do MST, as ações de 2024 sinalizam um momento promissor para intensificar a frequência e intensidade das ocupações de terras. Ela destacou a formação de novos acampamentos no Rio Grande do Sul e no Pará, estados onde a mobilização havia sido mais moderada nos anos anteriores.
Aumento da participação nos movimentos sociais
Hadich também observou um aumento na disposição dos trabalhadores em se juntar ao MST, um processo que enfrentou dificuldades durante a gestão anterior de Jair Bolsonaro, que foi marcada por uma postura hostil em relação aos movimentos sociais.
“A sociedade está indicando que este é um período propício para a retomada da massificação do movimento”, afirmou Hadich.
Críticas ao programa de reforma agrária do governo
Apesar dos anúncios do governo de Luiz Inácio Lula da Silva sobre inclusão de 50 mil pessoas na reforma agrária em 2023, Hadich critica que apenas 1.450 famílias foram de fato assentadas. A maior parte das inclusões se deu através de regularização fundiária e reconhecimento de comunidades quilombolas e outras modalidades, que não correspondem diretamente a projetos de assentamento.
Esforços e expectativas para o futuro
O MST reconhece os esforços do governo em dialogar com os sem-terra através de iniciativas como o programa Terra da Gente, que prevê o assentamento de 74 mil pessoas e a regularização de 221 mil até o final do mandato. No entanto, Hadich ressalta que essas medidas são insuficientes para atender a todas as demandas da reforma agrária popular.
“Esperamos que o programa acelere o processo de consolidação e massificação da reforma agrária, mas sabemos que ainda há muito a ser feito”, concluiu.