quinta-feira, 11 dezembro 2025
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Justiça determina corte imediato dos privilégios de Bolsonaro como ex-presidente

Juiz federal ordena suspensão, em até 48 horas, de servidores, carros oficiais e assessores destinados a Jair Bolsonaro.

Justiça determina corte imediato dos privilégios concedidos a Bolsonaro como ex-presidente

A Justiça Federal determinou, nesta quarta-feira (10), o corte imediato de todos os privilégios vitalícios concedidos a Jair Bolsonaro na condição de ex-presidente da República. A medida, assinada pelo juiz federal substituto Pedro Pereira Pimenta, da 8ª Vara Federal de Belo Horizonte, precisa ser cumprida em até 48 horas.

A decisão alcança benefícios como servidores, motoristas, carros oficiais e equipe de apoio custeada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A suspensão ocorre porque Bolsonaro está cumprindo pena em regime fechado, o que torna, segundo o magistrado, “incompatível e sem finalidade pública” manter estrutura destinada a ex-presidentes em vida civil.

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Ação foi movida por vereador do PT

A liminar atende a um pedido do vereador Pedro Rousseff (PT), que questionou a continuidade dos gastos públicos com Bolsonaro mesmo após sua prisão. O juiz concordou com o argumento de que o ex-presidente, estando sob custódia do Estado, já possui proteção integral garantida.

Pimenta destacou que a escolta e os privilégios não oferecem qualquer benefício adicional à segurança ou à dignidade pessoal do ex-mandatário. Em vez disso, representariam apenas a manutenção de um “status simbólico” sem utilidade prática.

Privilégios custaram mais de R$ 521 mil no primeiro semestre

O magistrado citou dados oficiais que mostram que, somente no primeiro semestre de 2025, Bolsonaro gerou R$ 521 mil em despesas relacionadas à equipe de oito servidores, viagens e manutenção de veículos oficiais — valores pagos pelo governo federal.

A decisão também lembra que Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF a 27 anos e 3 meses de prisão, por envolvimento em uma trama que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ordem de prisão foi cumprida em novembro de 2025.

Gastos com ex-presidentes ultrapassam R$ 7,6 milhões no ano

O caso reacende o debate nacional sobre o custo da manutenção dos ex-chefes do Executivo. Dados da Casa Civil indicam que, de janeiro a novembro de 2025, os gastos totais com todos os ex-presidentes superaram R$ 7,6 milhões.

O ex-presidente Fernando Collor lidera a lista de despesas, seguido por Dilma Rousseff, Michel Temer, José Sarney e Fernando Henrique Cardoso.

União e MPF serão notificados

A União e o Ministério Público Federal (MPF) já foram notificados e devem se pronunciar nos próximos dias. A liminar ainda precisa ser analisada pelo colegiado, mas produz efeitos imediatos.

A decisão reforça a discussão sobre a pertinência de manter privilégios a ex-presidentes em situações de prisão e condenação, especialmente diante do impacto financeiro para os cofres públicos.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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