sexta-feira, 5 dezembro 2025
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General admite ter elaborado plano para assassinar Lula e Moraes em confissão ao STF

Em depoimento ao Supremo, ex-secretário do governo Bolsonaro reconhece autoria de plano golpista que previa morte de Lula, Alckmin e Moraes.

General Mario Fernandes confessou ao STF que idealizou plano para matar Lula, Alckmin e Moraes. Documento incluía golpe de Estado e articulação com militares.

Mario Fernandes revela à Corte que criou documento que previa golpe com mortes de autoridades e apoio do Exército

Pela primeira vez, o general Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro, admitiu ser o autor do plano que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

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A confissão foi feita em depoimento ao STF nesta quinta-feira (24), no contexto das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. Conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”, o plano previa não apenas os assassinatos, mas também a instalação de um “gabinete central” para controlar os três Poderes e a execução da chamada “Operação Copa 2022”, que pretendia gerar comoção social e atrair o apoio do Alto Comando do Exército.

General alegou que plano era apenas “pensamento digitalizado”

Em sua fala ao STF, Mario Fernandes afirmou que o conteúdo não passou de uma análise pessoal, sem compartilhamento com terceiros.

“Esse arquivo digital, que retrata um pensamento meu que foi digitalizado, é um estudo de situação meu. Uma análise de riscos que fiz e, por costume próprio, resolvi digitalizar. Esse pensamento digitalizado não foi compartilhado com ninguém”, declarou o militar.

Até então, a defesa do general negava qualquer envolvimento direto dele como mentor do plano. O depoimento marca uma mudança de estratégia jurídica e pode impactar o rumo das investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Suprema Corte.

Plano previa controle dos Poderes e comoção para mobilizar militares

O documento identificado pelos investigadores detalha uma estratégia de tomada de poder por meio da força. A “Operação Copa 2022” estaria centrada na criação de instabilidade institucional durante o período da Copa do Mundo, com o objetivo de provocar uma ruptura democrática e legitimar a atuação de forças militares contra o atual governo eleito.

O plano previa ações coordenadas para neutralizar Lula, Alckmin e Moraes, considerados obstáculos à concretização do golpe. Também indicava a formação de um núcleo de comando para liderar as ações em caso de insurreição.

Confissão pode agravar cenário jurídico e político

A admissão do general reforça a gravidade dos indícios apurados na investigação sobre tentativa de golpe e organização criminosa. A Polícia Federal já havia encontrado documentos e mensagens trocadas entre militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro, com referências a estratégias de ruptura institucional.

A revelação ocorre no momento em que o STF analisa o indiciamento de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e intensifica a responsabilização dos envolvidos. O plano “Punhal Verde e Amarelo” passou a ser uma das peças centrais do inquérito.

A Procuradoria-Geral da República ainda vai avaliar o depoimento de Fernandes e definir eventuais medidas jurídicas contra ele e outros suspeitos ligados à trama golpista.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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