Eu queria muito entender — juro que queria — qual a fórmula matemática que o PT anda rabiscando no quadro negro para imaginar que dá pra montar uma chapa puro-sangue em 2026 e, de quebra, ainda se dar ao luxo de retirar Ângelo Coronel da chapa.
Deve ser conta do metaverso, só pode. Daquelas em que dois mais dois dá “narrativa”, e o resultado final se chama “a gente resolve depois”.
Porque, vamos combinar: desde quando o PSD se resume a Otto Alencar?
Otto é o maestro, é verdade — mas a orquestra tem prefeito, deputado, base municipal e voto espalhado da beira do mar até o último município do semiárido.
Será que alguém, em algum gabinete refrigerado, resolveu desprezar a relação de Coronel com os prefeitos da Bahia inteira?
Ou pior: resolveu ignorar a quantidade de prefeitos alinhados a Ângelo Filho e Diego Coronel, gente que não vive de discurso bonito, mas de obra entregue, recurso pingando e porta aberta em Brasília.
Perder aliado agora é coisa de kamikaze
Num cenário em que a avaliação do governo Lula despenca na Bahia como elevador sem manutenção, e em que o governador Jerônimo Rodrigues ainda não mostrou claramente a que veio, romper com aliado forte não é estratégia — é suicídio político.
Quem anda pelas rodas de prefeitos — e Seu Valente anda — tem ouvido sempre a mesma frase, dita sem raiva, mas com aviso prévio:
“Se a obra não chegar, eu cruzo os braços.”
E braço cruzado de prefeito, meu amigo, vira voto cruzado na urna.
Enquanto isso, nos bastidores…
Pra complicar ainda mais o caldo, corre solta nos bastidores a conversa de que “Rui Correria” — aquele mesmo, o Rui Costa — anda se vendo mais como governador outra vez do que como figurante do jogo. Apoiado, claro, em pesquisas estimuladas, aquelas que colocam qualquer um bonito na foto, desde que a pergunta ajude.
O problema é que pesquisa não constrói ponte, não asfalta estrada e não segura prefeito irritado.
Resumo da ópera
Se o PT acha que dá pra brincar de pureza ideológica agora, dispensando o PSD, rifando Coronel e apostando tudo numa conta que só fecha na cabeça de quem criou…
bom, aí Seu Valente só pode desejar sorte.
Porque na política baiana, meu fio, quem perde base não ganha eleição.
E quem ignora prefeito… aprende na marra.
Assinado,
Seu Valente
O velho ranzinza que não acredita em conto de fadas — só em voto contado.
