Ex-ministro Maílson da Nóbrega avalia Políticas econômicas do PT
Durante um evento para investidores em São Paulo, o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega comentou sobre as abordagens econômicas do PT, descrevendo-as como arcaicas e alertando para o medo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao mercado financeiro.
Lula revisa posições Econômicas sob pressão do Mercado
Segundo Maílson, apesar das ideias tradicionais do PT sobre economia, Lula demonstra flexibilidade ao ajustar suas políticas quando percebe potenciais efeitos negativos, como depreciação cambial ou fuga de capitais. “Lula tem medo do mercado e revê suas posições se perceber que elas podem gerar reações negativas”, afirmou o ex-ministro no evento organizado pela Warren Investimentos.
Riscos de aumento de gastos
Maílson da Nóbrega também discutiu os riscos associados ao aumento de gastos governamentais para impulsionar a popularidade, citando como exemplo recentes esforços de Lula para socorrer o Rio Grande do Sul. Ele alertou que tais medidas, embora populares, podem levar a problemas fiscais significativos, especialmente com a aproximação das campanhas eleitorais em 2026.
Barreiras políticas e fiscais
O economista destacou que, ao contrário do que ocorreu durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, hoje existem barreiras significativas que podem impedir uma escalada de gastos. “O Congresso, majoritariamente conservador, e a percepção de risco pelo mercado funcionam como freios a essas tentativas”, explicou Nóbrega.
Comparação com a social-democracia europeia
Comparando o PT com partidos de esquerda na Europa, Maílson argumentou que, enquanto a social-democracia europeia evoluiu desde o século 19, o PT ainda adere a uma visão de que “a economia cresce pelo gasto”. Ele criticou a qualidade da equipe econômica atual de Lula, considerando-a inferior à do primeiro mandato do presidente.
Perspectivas para o futuro fiscal do Brasil
O ex-ministro expressou pessimismo sobre a capacidade do governo atual de lidar com o desafio fiscal, apontando a necessidade de enfrentar gastos obrigatórios para redefinir prioridades orçamentárias. Ele citou exemplos de má alocação de recursos em educação e outros setores como evidência da necessidade de reformas estruturais profundas.