Lula critica operação no Rio e classifica ação como “desastrosa”

Presidente afirmou que operação que deixou 121 mortos foi uma “matança” e cobrou investigação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta terça-feira (4), a operação policial realizada no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas — 117 suspeitos e quatro policiais. Durante entrevista em Belém (PA), onde cumpre agenda oficial às vésperas da COP30, Lula classificou a ação como uma “matança” e “desastrosa”.

“O dado concreto é que, do ponto de vista da quantidade de mortes, a operação foi considerada um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, declarou o presidente.

Lula cobra investigação e participação da PF

Lula também anunciou que o governo federal pretende acompanhar as investigações sobre o caso e sugeriu a participação de legistas da Polícia Federal na apuração das mortes.

“Nós estamos tentando ver se os legistas da Polícia Federal participam da investigação. A decisão do juiz era uma ordem de prisão, não uma ordem de matança, e houve matança. Acho bom especificar em que condições ela se deu”, disse o presidente.

Repercussão e posicionamento do governo federal

Antes da fala de Lula, o governo federal já havia se manifestado sobre o episódio, defendendo a necessidade de integração entre União e estados no enfrentamento ao narcotráfico e ao crime organizado.

A megaoperação, denominada “Operação Contenção”, foi deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, na última terça-feira (28), e é considerada a mais letal da história do estado.

O caso gerou ampla repercussão nacional e internacional, com organizações de direitos humanos cobrando transparência e responsabilização pelas mortes.

📍 Resumo rápido:

• Lula classificou a operação como “matança” e “desastrosa”

• Foram 121 mortos, sendo 117 suspeitos e quatro policiais

• Governo quer participação da Polícia Federal nas investigações

• Caso ocorreu durante a Operação Contenção, no Rio de Janeiro

• Presidente cobrou que seja apurado em que condições as mortes ocorreram