O deputado federal baiano Dal Barreto (União Brasil) está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Overclean, após vir à tona que o parlamentar gastou cerca de R$ 114 mil em combustível em um posto pertencente a um de seus sócios na cidade de Amargosa (BA).
De acordo com informações publicadas pelo UOL, os valores foram reembolsados pela Câmara dos Deputados, onde o parlamentar apresenta notas fiscais desde 2023.
Rede de postos e patrimônio milionário
O deputado é proprietário da Rede Dal, que reúne mais de 200 postos de combustíveis no estado. As investigações apontam que parte desses estabelecimentos está registrada em nome de familiares, sócios e supostos laranjas.
Entre 2018 e 2022, o patrimônio declarado por Dal Barreto saltou de R$ 1,855 milhão para R$ 7,361 milhões — um aumento de quase 300% em quatro anos.
As investigações indicam ainda que as empresas do grupo devolviam parte dos valores a prefeitos, num esquema de propina para obtenção de contratos públicos de pavimentação e abastecimento.
Notas fiscais e reembolsos
Desde o início do mandato, Dal Barreto apresentou 326 notas fiscais do Auto Posto Rotondano, empresa de seu sócio, para solicitar reembolso de combustível à Câmara.
Os valores das notas variam entre R$ 1.437 e R$ 1.611 por abastecimento. O parlamentar ainda utiliza um carro alugado com custo mensal de R$ 12 mil, também pago com verba da Casa Legislativa.
Ligação com lobista e suspeita de propina
As apurações da PF indicam que Dal Barreto teria ligação com o lobista Evandro Balbino do Nascimento, apontado como intermediário em um esquema de corrupção envolvendo empresas de pavimentação.
Segundo a Operação Overclean, o lobista atuava para aliciar prefeitos e direcionar contratos em troca de pagamento de propina.
Dal Barreto ainda não se manifestou oficialmente sobre as denúncias. A Câmara dos Deputados também não informou se abrirá procedimento interno para apurar os reembolsos feitos pelo parlamentar.
