A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Bahia nesta quinta-feira (9) foi marcada por mais do que o corte da fita de uma nova fábrica — foi um gesto político calculado.
Durante a inauguração da planta da BYD em Camaçari, avaliada em R$ 5,5 bilhões e símbolo da nova reindustrialização do país, Lula dividiu o palco com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o senador Angelo Coronel (PSD), em clima de unidade e afeto.
Gestos de unidade e recado ao PSD
A presença de Coronel na comitiva presidencial não passou despercebida: o senador desponta como nome natural para compor a chapa majoritária da base aliada em 2026, unindo PT e PSD em torno de uma narrativa de estabilidade e crescimento.
Lula fez mais do que falar de reindustrialização e empregos verdes: apresentou, simbolicamente, uma prévia da costura que deve sustentar a chapa majoritária baiana em 2026.
Coronel, teve papel de destaque na comitiva presidencial e protagonizou momentos de evidente afinidade com Jerônimo.
Os dois, segundo fontes palacianas, “conversaram mais de política do que de carro elétrico” — expressão que circulou entre assessores sorridentes no evento.
O abraço demorado entre Lula e o governador foi interpretado como recado interno: unidade no palanque, fim das especulações sobre fissuras e uma sinalização clara de que o PSD continua sendo peça essencial no xadrez lulista.
Estratégia para 2026
Nos bastidores, contudo, o cálculo é pragmático. Lula sabe que precisa da força política de Jerônimo e da estrutura do PSD baiano para manter a hegemonia petista no estado.
Coronel ganha protagonismo
Com a movimentação, Angelo Coronel ganha visibilidade e musculatura política na corrida para 2026. O senador deve buscar reeleição ou integrar a chapa majoritária, e a aproximação direta com Lula reforça sua posição como peça-chave na aliança entre PT e PSD.
Enquanto isso, Jerônimo Rodrigues se consolida como articulador confiável entre Brasília e Salvador, ampliando seu protagonismo como líder político do grupo e principal fiador da unidade lulista no estado.
BYD como símbolo político e econômico
A fábrica da BYD — que ocupará o antigo complexo industrial da Ford — foi apresentada por Lula como marco da nova fase de industrialização verde no Brasil.
O empreendimento deve gerar 20 mil empregos diretos e indiretos até 2026, com foco em carros elétricos e híbridos.
