Capitão Alden afirma que oposição está em “guerra” no Congresso e rejeita diálogo com Hugo Motta
Capitão Alden diz que oposição está “em guerra” e pronta para revidar tentativa de retirada da obstrução no Congresso Nacional.
Deputado do PL diz que aliados de Bolsonaro estão prontos para revidar
O deputado federal Capitão Alden (PL), vice-líder da oposição na Câmara dos Deputados, declarou que os parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro estão “em guerra” no Congresso Nacional. A afirmação foi feita durante entrevista ao portal *Bahia Notícias*, nesta quarta-feira (6), quando o deputado foi questionado sobre a possibilidade de a obstrução feita pela oposição ser retirada à força.
“Eu não tenho dúvidas que a maioria da bancada de oposição, em especial do PL, que tem muitos militares, muitos policiais, muitos egressos das Forças Armadas, estamos preparados, estamos em guerra. E não é apenas, literalmente, da boca para fora. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando. Claro, dentro de um equilíbrio, dentro de uma racionalidade, mas estamos prontos para poder defender os interesses do povo brasileiro. Então, se o Hugo Motta quiser vir para cá, que ele venha aqui, vai ter também”, disparou Alden.
Deputado critica presidente da Câmara por não cumprir acordos
Capitão Alden explicou que não há mais espaço para diálogo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), alegando quebra de compromissos assumidos durante a campanha à presidência da Casa. Segundo o parlamentar, Hugo Motta foi eleito com apoio do PL, mas não avançou em pautas consideradas prioritárias pelos bolsonaristas.
“Dentre os compromissos que o próprio Hugo Motta fez ainda à época, um pré-candidato à presidência desta Casa, ele se comprometeu a pautar a anistia, se comprometeu a pautar outros projetos, dentre eles, fim do foro privilegiado, limitação das decisões monocráticas dos ministros do STF e ampliação do rol dos crimes de responsabilidade de ministros do STF. Tudo isso foram promessas de campanha que ele não cumpriu e nem sinalizou caminhos ou propostas para tentar ajustar a agenda de votações para incluir essas pautas na ordem do dia”, afirmou.
Oposição pressiona por negociações com Senado
Segundo Alden, diante da quebra de confiança, a oposição só aceitará retomar o diálogo se houver a presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), nas negociações.
“Não há mais o que tratar com o Hugo Motta. Ele tem apenas que, então, somente cumprir os acordos que foram feitos. Então só iremos aceitar sentar para a discussão com o Hugo Motta, junto com o presidente do Senado Federal. Somente o Hugo Motta não temos mais confiança de que ele pautará essas questões que foram apresentadas. Aí sim, junto com o Hugo Motta e próprio Alcolumbre, a gente tentar definir um calendário para pelo menos dar um retorno e celeridade àquelas pautas que são consideradas prioritárias para a nossa legislatura”, completou o parlamentar.
Obstrução no Congresso e protesto pela prisão de Bolsonaro
As declarações de Capitão Alden ocorrem após o início de uma nova estratégia de obstrução adotada pela oposição no Congresso Nacional. Na terça-feira (5), deputados e senadores protestaram contra a decisão judicial que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Como forma de resistência, parlamentares aliados bloquearam atividades no plenário e em comissões, atrasando o andamento dos trabalhos legislativos.
A obstrução é um instrumento legítimo utilizado por parlamentares para impedir ou dificultar votações em curso, e tem sido o principal mecanismo da base bolsonarista para pressionar o cumprimento das promessas feitas durante a eleição da atual mesa diretora da Câmara.
