sexta-feira, 5 dezembro 2025
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Trump aplica tarifa de 50% sobre exportações do Brasil, mas poupa aviões, suco e ferro-gusa

EUA impõem maior sobretaxa já vista ao Brasil, mas decreto de Trump isenta produtos estratégicos como aviões da Embraer, suco e insumos energéticos.

Trump impõe tarifa de 50% sobre exportações do Brasil, mas exclui aviões, suco e produtos estratégicos

Trump aplica tarifa de 50% sobre exportações do Brasil, mas exclui aviões, suco e insumos energéticos. Medida entra em vigor em sete dias.

Decreto do presidente dos EUA cita Alexandre de Moraes e acusa Brasil de ameaçar a segurança americana. Medida entra em vigor em sete dias.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que estabelece uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando para 50% a taxação total de exportações do Brasil para os EUA. A medida, que entra em vigor em sete dias, representa a maior sobretaxa já aplicada pelo governo americano ao Brasil.

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Apesar do impacto amplo, o decreto prevê exceções importantes, isentando produtos estratégicos como aviões (beneficiando a Embraer), sucos, minérios, produtos energéticos e o ferro-gusa, essencial para a indústria siderúrgica dos EUA. A notícia fez a Bolsa reagir positivamente — com ações da Embraer subindo 10% — e segurou a disparada do dólar após a confirmação da medida.

Justificativa política e embate com Moraes

O comunicado oficial da Casa Branca afirma que a sobretaxa se justifica para “lidar com políticas e ações do governo brasileiro que ameaçam a segurança nacional e a economia dos EUA”. O texto menciona o ministro do STF Alexandre de Moraes, acusando-o de “perseguir Jair Bolsonaro” e “impor censura a empresas norte-americanas”.

Segundo o documento, membros do governo brasileiro estariam interferindo em assuntos internos dos EUA, inclusive congelando ativos de empresas americanas, o que teria motivado a retaliação.

A medida, no entanto, não menciona o comércio bilateral ou qualquer superávit ou déficit comercial, tornando claro que se trata de uma retaliação política disfarçada de sanção econômica.

Escalada nas relações Brasil-EUA e ameaça de novas sanções

O decreto também adverte que, se o Brasil retaliar, os EUA poderão aumentar ainda mais as tarifas. Por outro lado, abre a possibilidade de revogação parcial da ordem caso o Brasil “se alinhe aos interesses americanos” em temas de política externa e segurança.

A retórica dura e a imposição unilateral geram tensões diplomáticas inéditas desde o início do governo Lula. Autoridades brasileiras vêm tentando reabrir o diálogo com a Casa Branca, mas o governo Trump não sinaliza disposição para recuar.

Setores afetados e exceções estratégicas

Entre os setores que podem sofrer impactos mais imediatos estão o de alimentos, etanol e commodities agrícolas. Produtos como café, carne e frutas tropicais devem enfrentar aumentos de até 52,5% nas tarifas de importação.

Por outro lado, produtos que atendem interesses da indústria americana — como o ferro-gusa, essencial para as siderúrgicas, e aviões civis, como os fabricados pela Embraer — foram poupados. A decisão de excluir o ferro-gusa veio após pressão da Steel Dynamics, quarta maior produtora de aço dos EUA, que alertou para os riscos de encarecimento do insumo.

Reações e próximos passos

O governo brasileiro deve acionar canais diplomáticos e apresentar um plano de contingência. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já declarou que o Brasil não aceitará “arrogância travestida de diplomacia” e que o país protegerá seus interesses “com dignidade”.

Ainda assim, a tendência é de cautela, pois uma retaliação simétrica poderia afetar o consumidor brasileiro e ampliar tensões com o principal parceiro comercial fora da América Latina.

O impacto total da medida ainda está sendo avaliado, mas é certo que o comércio bilateral entra em um dos momentos mais tensos das últimas décadas.

Acompanhe no portal novas atualizações sobre os desdobramentos diplomáticos, econômicos e judiciais dessa crise entre Brasil e EUA.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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