Fiocruz no Limite: Necessidade de nova fábrica para Vacina da Dengue
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) enfrenta um desafio significativo em sua capacidade de produzir vacinas, especialmente a Qdenga, necessária para combater a dengue no Brasil. A instituição afirmou que sua infraestrutura atual está maximizada e que cortes em outros imunizantes são inevitáveis para manter a produção da vacina da dengue.
Parceria com Takeda e demanda crescente
Em resposta ao aumento da demanda, a Fiocruz busca expandir suas operações através de uma parceria com a Takeda, a farmacêutica que desenvolve a Qdenga. Essa colaboração é vista como crucial para aumentar a disponibilidade das doses no Brasil, um país que enfrenta uma das maiores epidemias de dengue de sua história.
Desafios de capacidade e plano de expansão
A produção atual da Fiocruz ocorre na mesma plataforma usada para outros imunizantes, como a vacina da febre amarela e a tríplice viral. Este arranjo exige um balanceamento cuidadoso na distribuição das vacinas produzidas, o que tem provocado uma necessidade urgente de expansão. A fundação está planejando a construção do “Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde”, que promete quadruplicar a capacidade de produção de vacinas, mas enfrenta desafios de financiamento para a obra, estimada em mais de R$ 9,5 bilhões.
Financiamento e construção do novo complexo
Para financiar a nova fábrica, a Fiocruz está buscando aproximadamente R$ 6 bilhões de fontes como o BNDES, Banco Mundial, BID, e bancos privados, além de considerar a utilização de receitas de exportação de vacinas. O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) deve contribuir com cerca de R$ 2,1 bilhões até 2027. A expectativa é que a construção do complexo dure 48 meses a partir do início das obras, que ainda não têm uma data definida.
Impacto na saúde pública e resposta do Ministério da Saúde
A situação atual coloca em risco não apenas a gestão da dengue mas também a disponibilidade de outras vacinas importantes. O Ministério da Saúde reconhece o problema de capacidade produtiva global e está trabalhando com instituições como o Instituto Butantan e a própria Fiocruz para maximizar a produção nacional no curto prazo. A Takeda também se comprometeu a buscar parcerias locais para acelerar a entrega das vacinas.