Roberta Roma justifica voto a favor do fim da escala 6×1
A deputada federal Roberta Roma (PL-BA), esposa do ex-ministro da Cidadania João Roma, justificou seu voto a favor do projeto que propõe o fim da escala de trabalho 6×1. O texto, protocolado pela deputada Érika Hilton (Psol-SP), tem gerado intensos debates no Congresso Nacional e é visto como uma das prioridades do governo Lula.
Adesão ao projeto
A proposta, que contou com 234 assinaturas, teve o apoio de apenas 5 dos 106 deputados do PL, partido ao qual Roberta Roma pertence. Em entrevista à reportagem de *A TARDE*, a deputada explicou que sua decisão foi pautada pela busca de “equilíbrio” nas relações de trabalho.
“Cada vez mais vemos estudos mostrando a importância de aliar trabalho e qualidade de vida. O trabalhador tem que ser um aliado do mercado, e é importante haver esse equilíbrio para que tenhamos pessoas mais felizes, satisfeitas e produtivas. Por isso, eu acredito e defendo que temos que encontrar nessa relação entre empregador e empregado um limiar, um consenso”, afirmou.
Proposta de mudança na jornada de trabalho
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) sugere a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias e 36 horas semanais, o que equivale a quatro dias de trabalho e três de folga por semana. Roberta Roma destacou que a escala ideal deve priorizar a estabilidade e o bem-estar do trabalhador.
“A escala ideal que eu acredito é aquela em que há estabilidade, de forma equitativa, sem comprometer os resultados e o rendimento da atividade laboral e, muito menos, a saúde emocional, psicológica e física de quem constrói essa resposta, esse rendimento, humanizando, aproximando e harmonizando, portanto, esta relação”, explicou.
Próximos passos para a aprovação
O texto da PEC será enviado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, que ainda não foi instalada. A deputada Érika Hilton, autora do projeto, marcou uma reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir a proposta após o Carnaval. Hilton espera que a Casa “tenha a coragem” de debater o tema.
Caso aprovada na CCJ, a proposta passará por uma comissão especial antes de seguir para votação em plenário. O tema tem gerado polarização, especialmente entre parlamentares da oposição, muitos dos quais ainda são fiéis ao grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro.