Prefeitos adotam cautela e evitam antecipar apoio à reeleição de Jerônimo Rodrigues
Prefeitos baianos adotam cautela e condicionam apoio à reeleição de Jerônimo Rodrigues em 2026 ao cumprimento de obras e investimentos.
“Namoro institucional” ainda não virou apoio eleitoral
Prefeitos que recentemente se aproximaram do governador Jerônimo Rodrigues (PT), participando de encontros e registrando fotos ao seu lado, têm evitado antecipar declarações de apoio à sua tentativa de reeleição em 2026. O movimento reflete a expectativa ainda não atendida de encaminhamentos prometidos pela gestão estadual.
Mediados pelo secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, os encontros abriram portas para diálogo, mas muitos gestores têm condicionado o “namoro institucional” a compromissos concretos de obras e investimentos.
Disputa por Zé Cocá em Jequié
Entre os casos mais emblemáticos está o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP). Alvo de forte cortejo petista, ele também é visto pela oposição como possível vice na chapa de ACM Neto (União Brasil). Cocá apresentou demandas de peso, como o aeroporto regional e o polo industrial da cidade – investimentos que extrapolam a capacidade financeira do município.
Outros prefeitos na mira do governo
Além de Zé Cocá, o governo tem buscado aproximação com gestores da oposição como Zé Ronaldo (Feira de Santana), Hildécio Meireles (Cairu) e Bira da Barraca (Mata de São João), todos do União Brasil. Embora tenham participado de encontros institucionais, nenhum deles confirmou apoio antecipado, condicionando qualquer gesto ao atendimento de seus pleitos locais.
Desconfiança entre governistas
Até mesmo prefeitos da base aliada têm evitado se comprometer publicamente com a reeleição de Jerônimo. A principal preocupação é a concretização das obras prometidas, já que alguns gestores ainda carregam pendências de investimentos anunciados pelo ex-governador Rui Costa (PT).
Movimentos de Marcelo Belitardo e Júnior Marabá
O prefeito de Teixeira de Freitas, Marcelo Belitardo, migrou do campo bolsonarista para a base de Jerônimo após obras do governo e maior proximidade com Adolpho Loyola. Porém, a nomeação da primeira-dama como secretária de Cultura e Turismo e o enfraquecimento político de David Loyola geraram dúvidas sobre sua permanência no grupo petista.
Já em Luís Eduardo Magalhães, o recuo de Júnior Marabá (PP) de não disputar vaga de deputado federal levantou questionamentos sobre seu alinhamento com Jerônimo, sobretudo em uma cidade de perfil majoritariamente bolsonarista. O gestor deverá apoiar a candidatura de Danilo Henrique (PP), ex-secretário de governo.
Cenário indefinido
Para aliados de Jerônimo, o quadro de incerteza revela que ainda há um longo caminho para consolidar apoios municipais em torno da reeleição. A depender da execução de obras e investimentos, os prefeitos poderão decidir entre manter o alinhamento com o governador ou recompor com a oposição em 2026.
