Tarcísio deve buscar reeleição em São Paulo, afirma ministro de Lula

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, declarou nesta quinta-feira (18) que não acredita na candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, à Presidência da República em 2026. Filiado ao mesmo partido do governador, o Republicanos, ele afirmou que a tendência é Tarcísio disputar a reeleição.

Obras de longo prazo em São Paulo

“[Tarcísio] me diz que as principais obras dele demoram em torno de quatro, cinco, seis anos”, disse Costa Filho, ressaltando que o governador precisa consolidar sua gestão no estado antes de pensar em uma candidatura presidencial.

Apoio do centrão e influência do bolsonarismo

A possibilidade de candidatura de Tarcísio é defendida por políticos do centrão, incluindo legendas que integram a base do governo Lula. No entanto, na avaliação de Costa Filho, o ex-presidente Jair Bolsonaro não abrirá mão de lançar um nome da própria família.

“Qualquer candidatura de centro, o Tarcísio, o Zema [Romeu Zema, governador de Minas Gerais], o Ratinho Júnior [governador do Paraná], o Ronaldo Caiado [governador de Goiás], qualquer candidatura dessa significa o arquivamento do bolsonarismo no Brasil”, afirmou em participação no programa C-Level Entrevista.

Confiança na reeleição de Lula

O ministro afirmou que, em meio às movimentações políticas, acredita que o atual presidente chegará forte à eleição.

“Eu sou lulista. Quem estiver apostando que o governo chegará fragilizado em 2026 vai errar. O governo do presidente Lula vai chegar muito forte, e o presidente Lula vai se reeleger presidente da República.”

Planos políticos em Pernambuco

Costa Filho disse ainda que pretende concorrer ao Senado por Pernambuco em 2026, numa chapa com João Campos (PSB) para governador.

“Nosso projeto hoje é disputar o Senado em Pernambuco ao lado do futuro governador, João Campos, que eu acho que o Brasil ainda vai ouvir falar muito de João”, declarou.

Críticas à elite financeira e dados econômicos

O ministro também criticou a elite financeira, que, segundo ele, não reconhece os avanços econômicos do governo. “Há muitas vezes uma questão de pele”, afirmou, listando dados como crescimento de 3% do PIB, menor desemprego da história, indústria em alta de 4% e recordes nas exportações.

Posição sobre anistia dos atos golpistas

Costa Filho declarou que votaria contra uma anistia ampla para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, mas defendeu a revisão das penas aplicadas. “Se eu estivesse no Congresso, eu votaria contra a anistia. Mas acho que a gente precisa fazer uma reflexão sobre as tipificações. Algumas penas que foram colocadas, na minha avaliação, houve excessos, mesmo respeitando a posição do Supremo Tribunal Federal.”

Sob pressão do centrão e da bancada bolsonarista, a Câmara aprovou urgência para uma proposta de anistia, que ainda será definida pelos parlamentares e pode beneficiar desde condenados pelos atos até o ex-presidente Jair Bolsonaro.