Jornalista José Carlos Teixeira falece aos 76 anos após queda em Madre de Deus
O jornalista baiano José Carlos Teixeira, de 76 anos, faleceu nesta quinta-feira, 10 de outubro de 2024, em decorrência de complicações após sofrer uma queda em Madre de Deus, no domingo (6). Ele foi hospitalizado por causa de um trauma na cabeça, mas não resistiu. O local e o horário do velório e da cerimônia de cremação serão divulgados em breve.
Carreira de 55 anos no jornalismo baiano e ativismo político
José Carlos Teixeira teve uma longa e respeitada trajetória de 55 anos no jornalismo, marcando seu nome como uma das figuras mais importantes da imprensa baiana. Nascido em Ruy Barbosa, ele cresceu em Feira de Santana, onde se envolveu com o movimento estudantil e a luta contra a ditadura militar, militando em entidades estudantis e culturais.
Formado em Estudos Sociais pela Universidade Estadual de Feira de Santana, ele começou sua carreira como repórter em 1969, tornando-se um dos fundadores e o primeiro editor-chefe do Feira Hoje, jornal de grande destaque no interior da Bahia. José Carlos também se graduou em Comunicação Social pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e atuou nas redações do Jornal da Bahia, Tribuna da Bahia e O Estado de S. Paulo, além de chefiar a sucursal de O Globo em Salvador.
Militância e participação política
Em 1982, José Carlos Teixeira candidatou-se a vereador em Feira de Santana pelo MDB, partido de oposição à ditadura militar, com uma plataforma que defendia os direitos dos trabalhadores e a liberdade de expressão. Mesmo sem ser eleito, ele continuou sua militância e atuação política, ocupando cargos em secretarias de comunicação nas prefeituras de Feira de Santana e Itabuna.
Teixeira se especializou em Marketing Político pela Universidade Católica do Salvador e trabalhou em campanhas eleitorais no Brasil e no exterior, incluindo Angola, onde viveu por três anos. Atuou também em agências de publicidade e assessorias de comunicação.
Produção literária e projetos recentes
José Carlos Teixeira também era escritor, tendo publicado dois livros: Dicionário de Mwangolê e Walmir Lima: um bamba da Bahia, além de colaborar com outros projetos literários e culturais. Nos últimos anos, ele vinha trabalhando na biografia do sambista Edil Pacheco e na organização de uma coletânea com artigos publicados na imprensa baiana.
Ele deixa a companheira Lenilde, seus filhos Joanna e João Pedro, o neto Ícaro, e uma grande rede de amigos e colegas que fizeram parte de sua história.