Havaianas: Capitão Alden critica propaganda com viés político
O último fim de semana foi marcado por intensa repercussão nas redes sociais após a veiculação de uma nova propaganda da Havaianas, estrelada pela atriz Fernanda Torres. A peça publicitária foi interpretada por setores da direita como carregada de conteúdo político, o que gerou reações especialmente entre apoiadores do bolsonarismo mais ideológico.
Entre os críticos está o deputado federal Capitão Alden (PL-BA), vice-líder da Oposição na Câmara dos Deputados. Para o parlamentar, a campanha foi “infeliz” e transmite um viés ideológico claro, ainda que disfarçado de criatividade publicitária.
Segundo Alden, o problema vai além do produto anunciado e envolve a normalização de pautas políticas em peças de marketing direcionadas ao grande público.
“O problema desse comercial da Havaianas não é uma sandália. É a normalização de uma agenda ideológica disfarçada de ‘criatividade’. Publicidade não é neutra. Sempre comunica valores. E quando uma marca escolhe provocar deliberadamente uma parcela significativa da sociedade, ela faz uma opção política, ainda que depois tente se esconder atrás do marketing”, afirmou o deputado.
O parlamentar também criticou o que chamou de militância cultural em campanhas comerciais, defendendo que esse tipo de abordagem não reflete as principais demandas da população brasileira.
“O brasileiro comum não está pedindo militância cultural em propaganda. Está pedindo emprego, segurança, respeito e liberdade”, completou.
Liberdade de criação e reação do consumidor
Apesar das críticas, Capitão Alden ressaltou que não defende censura às empresas, reconhecendo a liberdade do setor privado para definir suas estratégias de comunicação. No entanto, enfatizou que essa liberdade também se estende ao consumidor, que pode reagir, criticar ou até boicotar marcas com as quais não se identifica.
“Empresas são livres para criar o que quiserem. Mas precisam entender que o consumidor também é livre para reagir, criticar e boicotar. Isso não é censura. É mercado. É escolha. É consequência”, declarou.
O deputado ainda afirmou que não aceita que valores tradicionais, como família, fé e conservadorismo, sejam tratados como atraso ou ódio no debate público.
“Quem politiza tudo não pode reclamar quando tudo vira política. Marca que despreza seu público, cedo ou tarde, paga a conta”, concluiu.
A campanha da Havaianas segue gerando debate nas redes sociais, dividindo opiniões entre aqueles que enxergam inovação criativa e os que veem ativismo político disfarçado de publicidade.
