Controvérsia na educação: A narrativa do golpe de 1964 nos Colégios Militares
Em um movimento que gerou controvérsia, Colégios Militares no Brasil, já durante a administração do presidente Lula, substituíram o livro didático de história por uma apostila produzida pela própria instituição. Este material didático adota uma perspectiva que exalta o Golpe de 1964, denominando-o de “Revolução”, e omite referências às torturas perpetradas durante o regime militar, ao mesmo tempo em que caracteriza os envolvidos no golpe como “moderados”.
A mudança didática
A alteração do material didático foi planejada no final do governo Bolsonaro e implementada em 2023, refletindo a visão de alguns setores militares sobre o período ditatorial. Esta mudança ocorre em um contexto onde o presidente Lula orientou para que não houvesse eventos governamentais em memória aos 60 anos do golpe, buscando não desagradar as Forças Armadas.
Apostila em foco
O material adotado para o 3º ano do Ensino Médio nos Colégios Militares destoa significativamente dos livros didáticos anteriores e subsequentes, apresentando uma narrativa que glorifica a intervenção militar. Na apostila, o regime é descrito de forma positiva, sem menção ao termo “tortura” e atribuindo ao golpe características de uma decisão tomada por “lideranças democráticas”.
Repercussões e críticas
A escolha deste material gerou críticas por parte de historiadores e educadores, que apontam para uma discordância significativa com a historiografia estabelecida. A falta de referências bibliográficas na apostila também é destacada como uma falha importante, comprometendo a qualidade educacional oferecida aos estudantes.
Posição do exército
Apesar das controvérsias, o Exército defende a apostila, argumentando que ela segue o Projeto Pedagógico do Sistema de Colégio Militares, que está alinhado com as legislações vigentes de ensino no país. A Força ressalta que o material didático cumpre as orientações previstas para o período de 2021 a 2025.