Uso de inteligência artificial cresce em campanhas pelo mundo e acende sinal de alerta no TSE para eleições municipais
Em um ano marcado por eleições que mobilizam grandes contingentes de eleitores em países como Índia, México e Brasil, o uso de inteligência artificial (IA) na política tem se espalhado globalmente. Desde a criação de candidatos fictícios até falsas declarações de apoio, a tecnologia tem sido utilizada para tentar manipular a opinião pública, oferecendo exemplos das situações que os brasileiros podem enfrentar nas urnas em outubro. No entanto, profissionais de campanhas e dirigentes partidários afirmam que é possível usar essas ferramentas de forma benéfica nas disputas municipais. A reportagem é do jornal “O Globo”.
Regras do TSE para uso de IA
Uma resolução aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro estabelece regras para o uso da IA nas campanhas eleitorais, como a obrigatoriedade de identificar o uso da tecnologia em materiais de divulgação e a proibição dos chamados “deepfakes” — técnica que permite substituir o rosto de pessoas em vídeos, por exemplo.
Casos internacionais de deepfake
A tecnologia de deepfake foi utilizada na África do Sul em vídeos que falsamente indicavam o apoio do ex-presidente norte-americano Donald Trump a candidatos no país. A imagem de Trump, ele próprio candidato nos Estados Unidos, também foi manipulada no Paquistão para alegar que ele libertaria o ex-primeiro-ministro Imran Khan da prisão.
Implicações das regras do TSE
Todos esses episódios poderiam ser enquadrados nas regras do TSE, com a possibilidade de cassação da candidatura ou até do mandato dos responsáveis pela divulgação.
Monitoramento do TSE
O tribunal afirma que seus servidores acompanham a utilização da tecnologia em todo o mundo, participando de eventos e workshops internacionais. Em nota, o TSE informou que esse monitoramento é uma prioridade da Corte.