Ex-funcionário acusa dono de ferro-velho em Salvador de tortura e desaparecimento de trabalhadores
O desaparecimento dos jovens Paulo Daniel, de 23 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25, ganhou um novo desdobramento nesta quarta-feira, 6, após o depoimento de um ex-funcionário do ferro-velho onde os dois trabalhavam. Localizado no bairro de Pirajá, em Salvador, o ferro-velho tem como proprietário o empresário Marcelo, apontado como principal suspeito de envolvimento no caso.
Denúncia de tortura e abusos no local de trabalho
De acordo com o depoimento do ex-funcionário, que preferiu não ser identificado, o dono do ferro-velho praticava torturas contra os trabalhadores, utilizando uma máquina de prensa para puni-los. Em entrevista à Record TV, o antigo prestador de serviços afirmou que o empresário chegou ao ponto de cortar quatro dedos de um rapaz com o equipamento.
“Dona Mara, eu te digo forças por seu filho. A senhora não era pra deixar nunca ele [filho] ir pra esse lugar terrível. Ele [dono do ferro-velho] é capaz de tudo. Meu colega perdeu os dedos na máquina. Eu nem consigo falar mais”, relatou o ex-funcionário, enquanto consolava a mãe de Paulo Daniel.
Familiares suspeitam de assassinato e clamam por respostas
A família dos jovens desaparecidos acredita que eles possam ter sido assassinados pelo empresário, embora essa informação ainda não tenha sido confirmada pelas autoridades. Em um desabafo emocionado, a sogra de um dos desaparecidos pediu que o proprietário do ferro-velho informe onde estão os corpos, caso os jovens tenham sido mortos, para que possam receber um enterro digno.
Relembre o caso
Na última segunda-feira, 4, Paulo Daniel e Matusalém Silva Muniz saíram de casa para trabalhar no ferro-velho e desde então não foram mais vistos. A família apontou o dono do estabelecimento como o principal suspeito. A Polícia Militar realizou buscas no local após denúncias de um possível cárcere privado feitas pelos familiares, mas até o momento, não encontrou indícios do paradeiro dos jovens ou dos envolvidos.