sábado, 8 novembro 2025
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Decreto de Bruno Reis sobre controle patrimonial tem brechas que comprometem transparência

O decreto do prefeito Bruno Reis cria um sistema de controle patrimonial de servidores da Prefeitura de Salvador, mas especialistas apontam que o sigilo absoluto e a falta de obrigatoriedade de investigação podem reduzir a transparência e dificultar a fiscalização.

Decreto de Bruno Reis cria controle patrimonial sob sigilo e levanta críticas sobre transparência

O decreto assinado pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), que institui o controle da evolução patrimonial de servidores municipais, aparenta reforçar as medidas de combate ao enriquecimento ilícito, mas contém brechas que podem comprometer a transparência e dificultar a fiscalização pública.

A medida regulamenta a entrega da “Declaração de Bens e Valores” pelos servidores e permite a abertura de sindicâncias patrimoniais, porém, sob sigilo absoluto.

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Investigações serão restritas e sem contraditório

De acordo com o texto do decreto, as investigações sobre patrimônio de servidores serão “sigilosas, restritas e não contraditórias”, o que significa que não haverá direito de defesa nem acesso público às informações apuradas.

Na prática, o controle e o acompanhamento dos dados ficarão exclusivamente nas mãos da própria prefeitura, sem a participação de órgãos independentes nem mecanismos de transparência externa.

Controladoria não é obrigada a investigar indícios de irregularidade

Outro ponto que gera preocupação é o fato de que o decreto não obriga a Controladoria-Geral do Município (CGM) a instaurar sindicância mesmo diante de indícios de irregularidades.
O texto apenas autoriza que o órgão “possa” abrir investigação, deixando a decisão a critério da própria administração.

Além disso, a aplicação da norma será feita de forma gradual, abrangendo inicialmente apenas três secretarias, o que limita o alcance da medida e retarda sua implementação completa em todo o funcionalismo municipal.

Críticas ao modelo de fiscalização concentrada

Na avaliação de analistas de políticas públicas, o decreto cria um aparente rigor administrativo, mas centraliza o poder de fiscalização e impede o controle social.

Com a ausência de mecanismos de verificação externa, o modelo pode acabar servindo mais como instrumento de blindagem do que como uma ferramenta efetiva de transparência.

O texto ainda prevê sigilo total sobre os dados patrimoniais e resultados das sindicâncias, o que, segundo críticos, contraria os princípios da Lei de Acesso à Informação e da gestão pública transparente.

A Prefeitura de Salvador ainda não se manifestou oficialmente sobre as críticas e questionamentos levantados a respeito do novo decreto.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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