sábado, 13 dezembro 2025
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Câmara de Salvador aprova projeto que libera construção de prédios acima de 25 andares na orla

Com maioria de votos, vereadores aprovam mudança na Lei de Ordenamento e Uso do Solo, permitindo edificações mais altas na orla de Salvador mediante contrapartida financeira e estudos técnicos.

Câmara de Vereadores aprova projeto que permite construção de prédios acima de 25 andares na orla de Salvador

A Câmara Municipal de Salvador (CMS) aprovou, durante sessão plenária nesta quarta-feira (22), o Projeto de Lei 424/2025, que altera a Lei de Ordenamento e Uso do Solo (Louos) e as regras de parcelamento, uso e ocupação do solo na capital baiana.

Entre as principais mudanças está a autorização para construção de prédios acima de 25 andares na orla de Salvador, desde que os empreendimentos cumpram requisitos técnicos e ofereçam contrapartidas financeiras ao município.

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O texto, enviado pela Prefeitura de Salvador em setembro, foi aprovado pela maioria dos vereadores, com voto contrário da oposição e do vereador André Fraga (PV). O projeto recebeu parecer do vereador Omarzinho (PDT) e emenda do presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB).

O que muda com o novo projeto

A proposta altera o artigo 275 do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e da Louos, permitindo maior verticalização na área de borda marítima — regiões da orla da cidade — em situações específicas.

Atualmente, a legislação permite que empreendimentos na orla ultrapassem o limite de gabarito (altura máxima) em até 50%, como incentivo à regeneração urbana, desde que substituam edificações deterioradas e mediante pagamento de contrapartida financeira.

Com a nova redação, o benefício passa a incluir terrenos vazios ou subaproveitados, não se limitando mais apenas à substituição de construções antigas. Isso abre espaço para novos empreendimentos verticais em diversas áreas da orla.

Debate e controvérsias

Durante a votação, vereadores da oposição classificaram o dispositivo como um “jabuti” — termo usado para designar inserções estranhas ao tema principal de uma lei —, alegando que a mudança poderia causar sombreamento nas praias e afetar o equilíbrio ambiental da orla.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) já havia feito uma recomendação à Câmara pedindo cautela com o tema, destacando a necessidade de estudos de sombreamento e impacto urbano antes da aprovação.

Em resposta, o vereador Cláudio Tinoco (União Brasil) afirmou que as modificações propostas garantem que todas as construções acima do limite passem por análise técnica rigorosa.

“Não vamos contribuir para o sombreamento das praias de Salvador, fruto do parecer do vereador Omarzinho e da emenda do vereador Carlos Muniz”, declarou Tinoco.

Outros pontos do projeto

Além da questão da orla, o projeto também flexibiliza regras para instalação de elevadores e adaptação de imóveis no Centro Histórico de Salvador, como forma de incentivar a ocupação e requalificação urbana da região.

A proposta segue agora para sanção do prefeito Bruno Reis (União Brasil), que deve publicar o texto final no Diário Oficial do Município nos próximos dias.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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