Disputa entre prefeitura e governo estadual por espaço em Salvador para projeto VLT e projeto de audiovisual
Entenda o Conflito por Local Histórico na Cidade Baixa
O edifício da antiga Fábrica São Braz, situado na praia de Plataforma, Subúrbio Ferroviário de Salvador, tornou-se o centro de uma disputa entre a Prefeitura de Salvador e o Governo do Estado da Bahia. Ambas as gestões têm projetos distintos para o espaço, o que gerou um impasse significativo.
Projetos em conflito: VLT e polo audiovisual
O Governo do Estado, liderado por Jerônimo Rodrigues (PT), planeja incluir o prédio no trajeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e transformá-lo em um “Parque das Ruínas”. A ideia é requalificar o local, oferecendo áreas comerciais, espaços multiuso, e fomentar atividades culturais, visando revitalizar e trazer mais visitantes e turistas à região.
Por outro lado, a Prefeitura de Salvador, sob a gestão de Bruno Reis (União Brasil), iniciou os processos de desapropriação de terrenos na mesma localidade para implementar um espaço do polo audiovisual, parte do programa municipal SalCine. Esta ação envolve a criação de estúdios e infraestrutura para produções cinematográficas, apoiada por uma Parceria Público Privada (PPP).
Impasse legal e institucional
O decreto municipal anunciou a desapropriação de terrenos, enquanto o estado declarou a área de utilidade pública para os projetos do VLT. Ambos os decretos indicam um interesse claro de cada entidade pelo mesmo espaço, sem um acordo prévio, configurando um cenário de disputa direta pelos direitos de uso.
Possíveis resoluções e declarações das autoridades
O secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, expressou a necessidade de diálogo entre governo e prefeitura para compatibilizar os projetos, ou decidir qual terá precedência. Por sua vez, a Companhia de Transportes da Bahia (CTB) esclareceu que a desapropriação ainda passará por processos adicionais, e não está completamente definida.
A área em questão é também uma propriedade da Companhia Empório de Armazéns Gerais Alfandegários e um espaço tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), o que adiciona outra camada de complexidade ao caso.