Após escândalo, Tagner cobra explicações de Elinaldo sobre R$ 45 milhões de emendas Pix em Camaçari
O líder do governo na Câmara de Camaçari, vereador Tagner Cerqueira (PT), cobrou explicações do ex-prefeito Antônio Elinaldo (União Brasil) sobre o destino de R$ 45 milhões em emendas Pix destinados ao município entre 2020 e 2024.
A cobrança ocorreu durante a sessão desta terça-feira (16), após a divulgação de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), que incluiu Camaçari entre as cidades investigadas no escândalo revelado pelo ministro do STF, Flávio Dino, envolvendo indícios de fraude e mau uso dos recursos.
“Elinaldo do Pix”
Segundo Tagner, as emendas deveriam ter sido aplicadas em obras de drenagem e infraestrutura, mas houve desvio de finalidade, especialmente em 2024, ano eleitoral.
“Camacari entrou no radar da CGU, entrou na investigação da Polícia Federal. Foram R$ 45 milhões para infraestrutura, mas houve desvio de finalidade. Isso aconteceu em 2024, ano de eleição”, afirmou o vereador.
Tagner criticou a nota divulgada por Elinaldo, que se limitou a destacar a aprovação das contas de 2023, sem mencionar os repasses de 2024.
Acusações de manobras eleitorais
O vereador ainda acusou o ex-prefeito de ter usado a gratificação de servidores — a CET (Condição Especial de Trabalho) — como instrumento político.
“Eles distribuíram verba através de CET para diversos cabos eleitorais. Isso gerou um processo por abuso de poder econômico na Justiça Eleitoral”, denunciou.
Segundo ele, o ex-prefeito sempre usou a “força do dinheiro” como estratégia política:
“Elinaldo achava que o dinheiro dele comprava tudo. Mas a conta chegou. Ele vai pagar, mas infelizmente Camaçari também paga, porque agora será muito difícil receber novas emendas para a cidade”, disse.
Investigações devem se ampliar
Tagner adiantou que a CGU e a Polícia Federal devem ampliar o escopo da apuração.
“Já sabemos quem foi o deputado federal que trouxe as emendas. Elinaldo precisa explicar onde foram parar esses R$ 45 milhões que eram para infraestrutura e drenagem. A CGU já investiga outros contratos em outras secretarias”, completou.
