segunda-feira, 14 julho 2025
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Por que Cachoeira se torna capital simbólica da Bahia no 25 de junho

Cidade histórica do Recôncavo baiano recebe solenidades oficiais e homenagens pela luta na Independência do Brasil na Bahia.

Cachoeira vira capital da Bahia por um dia em homenagem à luta pela Independência

No dia 25 de junho, a cidade de Cachoeira se torna capital simbólica da Bahia, em homenagem ao protagonismo na luta pela Independência. Entenda o significado e veja a programação.

Tradição cívica celebra protagonismo da cidade do Recôncavo baiano na expulsão dos portugueses em 1823

A cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, tornou-se oficialmente a capital simbólica da Bahia nesta quarta-feira, 25 de junho, em cumprimento à Lei Estadual nº 10.695/2007, que transfere, por um dia, a sede do Poder Executivo Estadual para o município.

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A data marca o início das celebrações dos 203 anos da luta pela Independência do Brasil na Bahia, cuja culminância ocorre em 2 de julho, feriado estadual que simboliza a expulsão definitiva das tropas portuguesas em 1823.

Significado histórico do 25 de junho em Cachoeira

Em 25 de junho de 1822, os moradores de Cachoeira proclamaram Dom Pedro I como regente constitucional e defensor do Brasil, em uma atitude de resistência aos interesses coloniais portugueses. O gesto impulsionou batalhas decisivas nas cidades do Recôncavo e inspirou a organização das forças populares que libertariam Salvador meses depois.

A cidade tornou-se um dos principais polos da luta, mobilizando combatentes, mantimentos e logística para sustentar o conflito. Por sua importância estratégica e simbólica, Cachoeira é reconhecida como marco inicial da independência baiana.

Programação cívica oficial reúne autoridades e manifestações populares

As celebrações do 25 de junho em Cachoeira começaram às 6h da manhã, com salva de 21 tiros e alvorada de sinos que acordaram a população para o dia de festa. Às 8h, o governador Jerônimo Rodrigues e sua comitiva participaram do hasteamento das bandeiras na Praça da Aclamação, acompanhado da banda da Polícia Militar e da filarmônica 25 de Junho.

Logo após, às 9h, foi celebrada a tradicional missa de ação de graças (Te Deum) na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário. Às 10h, a Câmara Municipal recebeu uma sessão solene, presidida por autoridades locais e estaduais, com destaque para o orador Romário Costa Gomes. Em frente à sede do Legislativo, a comitiva foi recepcionada ao som de samba de roda.

O ponto alto do evento será o desfile cívico às 16h, com forte participação da comunidade e presença das figuras simbólicas do caboclo e da cabocla, representando os heróis populares da independência.

Rituais tradicionais marcam o início do 2 de Julho em Cachoeira

A cidade prepara sua Festa da Independência com grande antecedência. Desde 1º de junho, os festejos incluem a Levada dos Mastros, que percorreu bairros tradicionais como Feira e Caquende.

Na terça-feira (24), a Levada do Caboclo e o Encontro dos Caboclos marcaram simbolicamente a união entre Cachoeira e São Félix, cidades separadas pelo rio Paraguaçu. As figuras do caboclo (de Cachoeira) e da cabocla (de São Félix) participam juntas da programação.

Segundo o historiador Cacau Nascimento, as representações dos caboclos nas celebrações remetem ao protagonismo do povo mestiço, negro e indígena nas batalhas de 1822 e 1823, sendo símbolos da resistência popular que assegurou a emancipação da Bahia.

Cachoeira, portanto, não apenas assume o título de capital por um dia, mas também reafirma seu papel na memória nacional como berço da liberdade brasileira no território baiano.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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