sábado, 7 setembro 2024
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Bahia proíbe o uso de pistolas de água durante o Carnaval

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) sancionou uma lei, aprovada em junho do ano anterior, que proíbe estritamente o uso de “pistolas de água” e dispositivos similares durante o carnaval e festas populares na Bahia. A medida tem como objetivo garantir a segurança e promover o respeito durante as celebrações.

De acordo com a nova regulamentação, qualquer pessoa que for encontrada portando pistolas de água terá o seu equipamento apreendido, sem sofrer penalidades, a menos que haja resistência ao recolhimento do produto. Após o término da festa, as pistolas apreendidas serão encaminhadas para reciclagem em uma cooperativa.

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A cerimônia de oficialização da lei ocorreu no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, na presença do vice-governador e coordenador-geral do carnaval, Geraldo Júnior (MDB), e secretários do governo estadual.

Elisângela Araújo, titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), destacou que a política busca assegurar a segurança das mulheres que participam das festas. Ela enfatizou a importância da prevenção e sensibilização para eliminar atos de violência machista e misógina durante o carnaval.

Embora algumas pessoas encarem o uso de pistolas de água como uma brincadeira inofensiva, esses objetos são frequentemente utilizados para agredir e assediar outros foliões nos circuitos da folia, principalmente mulheres e membros da comunidade LGBTQIA+.

Para garantir a eficácia da lei, as pistolas de água serão recolhidas nos portais de acesso aos circuitos da festa e dentro dos espaços do evento. O governador acredita que essa medida contribuirá para o fim dessa prática prejudicial.

Além disso, o governo estadual está em diálogo com diretorias de blocos, agremiações e outras organizações ligadas ao carnaval para que adotem medidas que impeçam o uso de pistolas de água pelos foliões e associados. Campanhas educativas serão promovidas, e haverá fiscalizações por agentes identificados.

pistolas de água

A lei 14.584 foi proposta após um incidente de agressão durante o carnaval de 2023, no qual uma mulher foi alvo de jatos de água e empurrões por parte de integrantes do tradicional bloco “As Muquiranas”. Embora não façam parte da fantasia, as pistolas são acessórios comuns entre os associados do bloco.

Esse incidente chamou a atenção de políticos e artistas, que enfatizaram como o uso desses objetos se tornou uma ferramenta para o assédio e desrespeito. A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) exigiu responsabilização dos agressores e do bloco.

Na época, o bloco “As Muquiranas” se pronunciou publicamente contra qualquer forma de violência, preconceito e assédio, comprometendo-se a tomar medidas preventivas e de combate à violência contra as mulheres, incluindo a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público da Bahia (MP-BA).

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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