Os pilares que mantêm Putin no poder, segundo análise
Uma liderança sustentada por estratégias definidas
Vladimir Putin, figura central da política russa desde o início dos anos 2000, apoia seu governo em três pilares essenciais: repressão sistemática, uma percebida estabilidade econômica e um nacionalismo exacerbado. Estes elementos não apenas solidificam seu regime autoritário, mas também são apontados como catalisadores da guerra na Ucrânia e das tensões com o Ocidente.
Visão de um especialista
Vicente Ferraro, cientista político e professor da FGV, oferece uma perspectiva aprofundada sobre o assunto. Em entrevista, Ferraro discute como Putin tem conseguido neutralizar a oposição e manter sua influência, apesar das complexidades internas e externas que enfrenta.
Eleições sob escrutínio
A recente eleição presidencial na Rússia, marcada por restrições à oposição genuína, é vista como uma tentativa de Putin de vestir seu governo com uma capa de legitimidade democrática. O cientista aponta para a distinção entre oposição “sistêmica” e “não-sistêmica”, esta última sendo a verdadeira voz de contestação ao regime, mas que enfrenta severas restrições e perseguições.
O ciclo de repressão
A perseguição à oposição não-sistêmica, segundo Ferraro, ocorre em três fases: controle dos meios de comunicação, obstruções burocráticas pré-eleitorais e questionamentos sobre a integridade do processo eleitoral. Essas estratégias, combinadas com o assassinato de opositores e uso intensivo dos serviços de segurança, aniquilam quaisquer canais de contestação efetiva.
Popularidade de Putin: uma análise crítica
Apesar de pesquisas indicarem alta popularidade de Putin, Ferraro sugere cautela na interpretação desses dados, dada a atmosfera de repressão que permeia a sociedade russa. Ele atribui parte da aprovação do presidente a uma narrativa nacionalista, reforçada pela guerra e por uma relativa estabilidade econômica.