Jair e Eduardo Bolsonaro são indiciados por coação e obstrução de Justiça
Jair e Eduardo Bolsonaro são indiciados pela PF por coação e obstrução de Justiça; Silas Malafaia foi alvo de buscas no Aeroporto do Galeão.
Indiciamento da Polícia Federal
A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelos crimes de tentativa de coação e obstrução de Justiça, no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. O relatório foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e detalha as suspeitas de que pai e filho atuaram para intimidar autoridades e interferir nas apurações.
Busca e apreensão contra Silas Malafaia
O pastor Silas Malafaia também foi alvo da operação. Policiais federais cumpriram mandados de busca pessoal e apreensão contra ele no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, após desembarque de um voo vindo de Lisboa. Celulares e equipamentos foram confiscados, e Malafaia prestou depoimento. As medidas foram determinadas pelo STF, dentro da PET nº 14129, que também estabeleceu restrições como a proibição de deixar o país e de manter contato com outros investigados.
Mensagens e articulações investigadas
De acordo com a PF, áudios e mensagens recuperados do celular de Jair Bolsonaro — alguns já apagados — revelam conversas com Eduardo Bolsonaro e Malafaia que reforçam indícios de articulações para pressionar instituições e dificultar a investigação. Em alguns trechos, Jair Bolsonaro teria cogitado solicitar asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.
Papel da Procuradoria-Geral da República
O inquérito foi aberto em maio, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR sustentou que Eduardo Bolsonaro buscava apoio de autoridades estrangeiras, incluindo nos Estados Unidos, para pressionar por sanções contra ministros do STF.
Contexto político e judicial
As apurações se somam a outras frentes que investigam a atuação de Jair Bolsonaro e aliados na tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022. O ex-presidente será julgado pelo STF sob acusação de tramar um golpe de Estado. Enquanto isso, a PF mantém as diligências para identificar a extensão da rede de apoio às articulações antidemocráticas.
