R$ 500 mil com Reforma Fantasma em prédio abandonado
Em um cenário de completo abandono, o prédio que deveria abrigar o Centro Integrado de Capacitação e Apoio ao Adolescente e Família (CICAF) em Feira de Santana está no centro de uma denúncia de gastos públicos suspeitos. O CICAF, pertencente à Prefeitura de Feira de Santana, não funciona há quatro anos, mas continua a gerar despesas significativas para a gestão municipal.
Denúncia do Vereador Jhonatas Monteiro
O vereador Jhonatas Monteiro (PSOL) trouxe à tona a questão dos gastos com o CICAF. Segundo ele, a gestão de Colbert Martins (MDB) contratou R$ 74 mil para o aluguel de um imóvel em 2019 e aproximadamente R$ 431 mil para serviços de reparos e reformas — R$ 119 mil em 2020 e R$ 312 mil em 2022.
“Mesmo sem estar funcionando, a gestão de Colbert Martins contratou essas despesas. É um gasto que não se justifica, pois o prédio está abandonado”, afirmou Monteiro.
Prédio Abandonado e Gastos Suspeitos
O CICAF, voltado à capacitação profissional de jovens, foi fechado em 2019 sob a justificativa de modernizar o sistema de matrícula. No entanto, o vereador denuncia que, apesar do fechamento, foram feitos gastos expressivos com reformas que nunca ocorreram.
“Descobrimos uma publicação no Diário Oficial sobre a contratação de uma empresa para reformar o órgão com um custo superior a R$ 300 mil. Em 2023, constatamos que o local continuava completamente abandonado”, explicou Monteiro.
Ação do Ministério Público
Com a falta de respostas da Prefeitura, o vereador acionou o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) no mês passado para investigar o caso. Monteiro espera que o prefeito Colbert Martins seja obrigado a prestar contas sobre esses gastos.
“Como o prefeito Colbert Martins não quer informar à população e à Câmara, vai ter que explicar pelo menos ao Ministério Público”, frisou Monteiro.
Impacto na Comunidade
O prédio abandonado tornou-se um problema para a comunidade local, que enfrenta riscos de assaltos e outras formas de violência. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedeso), responsável pelo CICAF, fundado em 2005, não se pronunciou sobre o assunto.
“Não se trata de qualquer coisa. Em 2015, a própria Prefeitura gabava-se de que ao menos 15 mil pessoas tinham sido formadas naquele espaço, que agora está totalmente abandonado”, concluiu Monteiro.